Democraticamente, em resposta às críticas feitas ao aumento do IPTU, o prefeito Nelson Marchezan responde:
"Além de vantagem indevida, privilégio significa "vantagem válida apenas para um indivíduo ou um grupo, em detrimento da maioria". É o caso da situação atual da cobrança do IPTU em Porto Alegre. Não é possível aceitar que uma grande parcela da população que possui imóveis de baixa avaliação e localizados em bairros de periferia paguem mais ou os mesmos valores de IPTU que proprietários de casas ou apartamentos situados em bairros nobres e com avaliação muito superior.
Há imóveis avaliados em R$ 1,6 milhão com IPTU de R$ 400,00, enquanto outros, de R$ 80 mil, têm a mesma cobrança. Há inúmeros casos de imóveis nos bairros Tristeza, Santana, Nonoai, Passo da Areia, Azenha, entre outros, com IPTU entre R$ 2,63 e R$ 5,14. Isso é ou não um privilégio? Há igualdade nisso? É justo?
O IPTU da Capital está no século passado, desatualizado há 28 anos. Todas as capitais do Brasil, que estão melhores do que nós estão erradas, e só Porto Alegre certa? São Paulo fez duas correções em dez anos. Em Curitiba, o imposto já foi reajustado 10 vezes. É desalentador parte da população não ter essa sensibilidade. O debate é sobre o impacto total na arrecadação? Sempre que a ideologia se sobrepõe ao racional, quem perde é a sociedade.
A atualização do IPTU é uma questão de justiça! O correto é que o tributo seja pago em índice correspondente ao valor real da propriedade. Simples assim.
Pela nossa proposta, menos de 50% da população terá aumento do IPTU. E estes terão o reajuste aplicado gradualmente – ficando em torno de 10% em 2020. Para mais da metade dos contribuintes, o imposto será reduzido ou deixará de ser pago! Vamos deixar de lado as disputas políticas, ideológicas e pensar, juntos, no bem comum da cidade?"
Nelson Marchezan Júnior, prefeito de Porto Alegre.