Ele era a grande estrela do time de Bolsonaro. O juiz mais famoso do Brasil aceitou o convite para ser ministro pensando em mudar o país. Já deve estar arrependido.
Seu plano de combate à violência foi para o fim da fila de prioridades no Planalto. A reforma da Previdência e as trapalhadas do presidente e dos seus filhos nas redes sociais ocupam a pauta nacional.
Escrevi lá atrás, antes mesmo de Sérgio Moro tomar posse: ovelha não é pra mato. Acostumado a decidir sozinho e a ser tratado como autoridade suprema, Moro teria – e está tendo – dificuldades para se mover no outro lado do balcão. De pedra, virou vidraça.
O mais recente episódio envolvendo Moro não tem nada a ver com ele, mas sim com a crescente tensão entre o presidente da República e o da Câmara, Rodrigo Maia. No centro da polêmica, a reforma da Previdência e a suposta falta de empenho de Bolsonaro para aprová-la. Maia avisou que o pacote de Moro não será debatido tão cedo.
Assim, o juiz que simboliza o combate à corrupção e a esperança de um novo Brasil vai perdendo brilho enquanto vira massa de manobra em uma briga que não é sua. Moro, a estas alturas, deve estar se dando conta de que idealismo não basta e que precisará aprender a jogar um jogo que, talvez, não queira jogar.