A prisão de Michel Temer é a prisão mais óbvia do mundo. Mesmo antes de assumir, o ex-presidente, e o grupo ao redor dele, já era alvo de suspeitas e denúncias. O MDB era, de certa forma, protagonista do mesmo esquema político que ajudou a eleger o PT. De avalista do governo Lula passou a ocupar a vice-presidência no governo Dilma, herdeiro político do maior esquema de corrupção do Brasil.
A prisão de Temer não traz surpresas. E provoca duas reações. A primeira mais emocional, de celebração e desforra contra aquele que é considerado, por parte do eleitorado, "líder do golpe" contra Dilma.
A segunda é o temor da pirotecnia jurídica. Mesmo o ex-presidente Lula, que se autoproclama perseguido político, só foi preso depois de condenado em segunda instância. A condução coercitiva no aeroporto de Congonhas, em 2016, durante a Operação Alethéia, causou enorme repercussão e não é nada perto do que se vê agora.
As prisões de Temer e do ex-ministro Moreira Franco são o desdobramento natural da Lava-Jato. Do mercado financeiro à negociação das reformas, o cenário agora é outro.
Seja como for, são muitos os sinais de que finalmente a lei vale para todos no Brasil. Só é preciso ter cuidado para que ela seja aplicada corretamente.