O prefeito Nelson Marchezan deveria fazer uma PPP e conceder as ruas e avenidas de Porto Alegre para a iniciativa privada de uma vez. Pelo menos, arrecadaria recursos para ajudar a pagar o salário dos funcionários em dia. Do jeito que está, metade das vias da Capital já tem dono mesmo.
Todo motorista de Porto Alegre tem, pelo menos dois sócios: o governo, que cobra imposto em tudo que pode, e o flanelinha. No Gasômetro chegam a exigir até R$ 20 do motorista incauto. Cobram, inclusive, por vagas em locais onde é proibido estacionar e próximo à presença da Brigada Militar.
De voluntário, o pagamento não tem nada. Os condutores muitas vezes são coagidos a abrir a carteira. O pagamento? Antecipado. É assim no entorno da Redenção, do Parque Moinhos de Vento, no Centro Histórico. O achaque não tem hora, nem lugar. A abordagem agressiva assusta moradores e turistas. O disparate é tamanho que alguns são até sindicalizados.
Em 2009, numa epifania digna de registro histórico, um termo de compromisso assinado entre autoridades públicas reconheceu como legal a atuação dos flanelinhas – chamados de "protetores de patrimônio" – e dos lavadores de automóveis do município. A justificativa era de que a regulamentação da profissão valorizaria quem está legalizado e daria liberdade para quem estaciona.
Balela. A ideia de jerico só serviu para legalizar a extorsão. O sujeito, muitas algumas vezes drogado, coloca um colete e pronto, temos um flanelinha institucionalizado, que paga contribuição sindical. A burocracia brasileira, definitivamente, não é para amadores.
Tudo bem, estacionamento na rua não é direito, é privilégio. Os motoristas é que deveriam pagar pelo espaço e não toda a população. Então, que esse recurso seja destinado para o bem público, seja pelo aumento do número de parquímetros na cidade ou alternativa melhor.
O que não dá é para ser achacado à luz do dia e ainda ter que pedir desculpa se só tiver R$ 5 na carteira.