A obrigatoriedade do uso de uniforme e de emissão de um ticket aos motoristas com identificação dos guardadores de carro pegou de surpresa alguns usuários de espaços públicos de estacionamento em Porto Alegre nesta quarta-feira. Eles não sabiam das medidas implantadas pelo Sindicato dos Guardadores de Automóveis na tentativa de regularizar a atividade praticada pela categoria.
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O bancário Tomaz Leite, que costuma estacionar o carro nos arredores do Parque da Redenção, aprovou a iniciativa.
- Eu fiquei surpreso, mas acho que é uma coisa boa para a sociedade. Nesta região da cidade não tenho problemas com os guardadores, porque confio neles e eles costumam ser muito gentis, mas a identificação e o recibo vão nos dar uma certa garantia - comentou.
Já leitores que comentaram o assunto no mural de Zerohora.com indignaram-se com a regulamentação.
- Eu tenho o direito de estacionar na rua sem ser taxado. Regularizar flanelinhas é desviar o foco. Mostra a falência do Estado em prover empregos dignos para esse pessoal - escreveu Marcelo Silva.
Você acredita que as regras que estabelecem o uso de uniforme e recibo pelos guardadores de carro em Porto Alegre vão resolver conflitos entre flanelinhas e motoristas? Opine.
Para a estudante Taila Vanzellotti, 22 anos, que estaciona o carro cerca de duas vezes por semana nas proximidades da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o uso de uniforme e a emissão de recibo são medidas desnecessárias.
- Eu acho que aqui não seria necessário, mas se estiver valendo, acho que essa regra vai dar mais segurança. Eu acho que [cobrar pelo estacionamento em local público] correto, correto não é, mas é um serviço que eles prestam, eles têm direito - comentou.
Guardador de carros que trabalha há cerca de um ano e meio nos arredores da Redenção, Antônio Carlos da Silva é favorável às novas regras e defende que os motoristas paguem pelo uso das vagas em locais públicos.
Pelas regras agora formalizadas pelo Sindicato da categoria, a contribuição com os flanelinhas deve continuar a ser espontânea, mas Antônio retruca:
- Se o espaço é público e a gente não pode cobrar, então também não poderia ter parquímetro. O dinheiro que eu recebo também vai para o 'público' - falou ele, que não considera a cobrança um abuso uma vez que aceita, até mesmo, prestar serviço 'fiado'.