As críticas as análises são normais e saudáveis durante a afirmação de um governo, mas não podem ser confundidas com torcer contra. Jair Bolsonaro assumirá em janeiro, mas boa parte da intelectualidade, da academia e dos CCs de esquerda desempregados, aderiu ao antigo "não viu e não gostou".
Democracia vai muito além do processo eleitoral. Escolher um presidente pelo voto é só o começo. Ninguém é obrigado a gostar ou a concordar com Bolsonaro. Mas quem se diz defensor da democracia e da liberdade te o dever – não é favor, é dever mesmo – de aceitar o resultado e só julgar o que efetivamente foi anunciado ou dito. O exagero começa quando a má vontade se estende ao que ainda não aconteceu.
Um dia antes da eleição escrevi um texto com o título "Vai ter terceiro turno". Infelizmente, acertei. Quem me lê sabe, desde muito tempo atrás, o que penso sobre o radicalismo verbal de Bolsonaro e sobre o desserviço que o PT fez ao Brasil. Sou desprovido de paixões políticas e o ódio que transbordou dos discursos para as ruas e para as redes sociais me entristeceu.
Mas agora, esse momento acabou. A eleição ficou no passado e a hora é de torcer para que o governo dê certo. Jair Bolsonaro será o presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro. Se ele acertar, ganharemos todos. Se ele errar, perderemos todos.