Cidade reconhecida por ser palco de grandes debates de ideias, que traz palestrantes dos quatro cantos do planeta para discutir o que há de mais avançado em termos de conhecimento humano, Porto Alegre sedia nas próximas semanas dois eventos importantes: o Fronteiras do Pensamento e o Fórum Liberdade.
As duas iniciativas apresentam, todos os anos, à capital gaúcha nomes relevantes no cenário nacional e internacional, do calibre de Amós Oz, Leonardo Padura, Thomas Piketty, Gilles Lipovetsky, Eduardo Gianetti. Mas esse não é o único ponto em comum. Apesar da presença feminina cada vez maior na plateia, ambos ainda contam com baixa participação de mulheres entre os painelistas convidados.
No momento em que empoderamento já se credencia para ser a palavra de 2017, a atuação ficou ainda mais tímida. Pelo menos no palco. Dos 28 palestrantes que se apresentarão nos dois eventos este ano, apenas duas são mulheres.
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Claro que o mais importante são as ideias que cada convidado traz, independente de gênero, raça, ou credo. Mas a disparidade escancara um problema grave: mesmo sendo metade da população e possuindo uma escolaridade média maior que os homens, mulheres ainda enfrentam grande dificuldade para ganhar projeção em diversas áreas, como economia, política e ciência. É só dar uma conferida na galeria de vencedores do prêmio Nobel.
Certamente os organizadores dos dois eventos esbarraram também nesse obstáculo no momento de realizar os convites. Mas vale um esforço extra, afinal a luta por igualdade de gênero promete estar cada vez mais presente.
Conhecimento é importante. Diversidade também.