Nenhuma das pessoas em que eu realmente gostaria de votar vai se candidatar na eleição do ano que vem. A simples menção dos nomes acarretaria problemas para elas. Por isso, não revelo. Garanto que não são familiares nem amigos próximos.
Uma provocação democrática. Se você pudesse escolher alguém nos mesmos critérios adotados por mim – nada de familiares ou amigos –, quem seria o seu deputado? O seu senador? O seu governador? O seu presidente? Tente convencê-los a concorrer no ano que vem. Na imensa maioria dos casos, se eles tiverem qualquer outra vocação, mesmo que seja tocar caixinha de fósforo em sarau, é para lá que irão.
É preciso coragem e desprendimento para explicar que, quando chamarem o papai de ladrão na escola porque ele é político, o melhor é não dar bola.
Generalizar é um erro. Há bons políticos no Brasil. Honestos, sérios, comprometidos com o coletivo. São poucos, mas resistem, por aí. De qualquer forma, estamos diante de um problemão: a desqualificação dos políticos, que acaba virando desqualificação da política. Talvez, se a Lava-Jato terminar a faxina que começou, esse ambiente possa atrair, novamente, pessoas que encontrem, nos parlamentos e nos governos, espaços limpos para trabalhar pelo bem dos outros – a essência da representação democrática. Por enquanto, só vejo o vazio.
Desde o impeachment de Collor, os presidentes entenderam que não sobrevivem sem o Congresso. E o Congresso entendeu que os presidentes não sobrevivem sem ele. A partir desse desequilíbrio, aprofundou-se a formatação de um sistema ainda mais clientelista e corrupto. Presidentes reféns do Congresso não podem ser bons presidentes.
A renovação da política brasileira começa pela Câmara e pelo Senado. A tal ponto, que chego a pensar em uma medida de exceção. Se o serviço militar é obrigatório, por que não o serviço político, que ainda por cima tem polpudos salários?
Se a nossa guerra não é contra países vizinhos, mas sim contra bandos que se acomodaram em um sistema corrupto, por que não recrutar nossas melhores almas e cabeças para a batalha? Eu tenho uma lista. Pessoas de esquerda, de direita e de centro. Mas entendo que elas queiram distância dessa sujeira toda.
À faxina, então.
CONTINUE LENDO O INFORME ESPECIAL DESTE FIM DE SEMANA (11/3 e 12/3)
PEDAL
A Cidade da Bicicleta, espaço comunitário e oficina cooperativa, deve estar de casa nova até o meio do ano. O projeto para a instalação da sede no espaço cedido pela prefeitura da Capital está em fase final de tramitação. O contêiner foi comprado através de uma campanha no Catarse, site de financiamento coletivo.
VENTO EM POPA
Amyr Klink deve passear de barco pelas águas do Guaíba no dia 31 de março. O navegador mais famoso do Brasil chega à Capital com a fotógrafa Marina Klink para a segunda Virada Sustentável – o maior evento de mobilização e educação para a sustentabilidade da América Latina. Ambos estarão na conferência A Virada Sustentável na Educação, na Casa de Cultura Mario Quintana. Aproveitam para autografar seus livros. A programação completa da virada será lançada na próxima terça-feira (14/3).
EM QUE POSSO TE AJUDAR?
Mais de 55 milhões de americanos já ouviram a voz dela. Susan Bennett tem mais de 1,6 milhão de seguidores no Twitter. É ela quem responde quando os usuários de equipamentos da Apple conversam com a Siri, assistente digital que responde quase tudo. O Informe Especial fez três perguntas para Susan. Por escrito:
1. Você já foi reconhecida na rua pela sua voz?
Somente duas vezes em cinco anos. A maioria das pessoas não espera ouvir a Siri, a não ser em um aparelho da Apple. Além do mais, minha voz normal é um pouco mais alta do que a dela.
2. Como foi gravar uma das vozes mais ouvidas da América?
Eu li centenas de frases e pequenos textos que foram criados para conter todas as combinações sonoras do idioma. Eu não li palavras isoladas. Depois, os técnicos fizeram o resto. É um processo que se chama "concatenação".
3. Eu perguntei para a Siri brasileira sobre você. Não obtive uma resposta...
A Siri brasileira não sou eu. Cada idioma tem um nativo na função e nem todas as vozes são femininas. Na Inglaterra e na França, são homens.
CADÊ?
Leitor Jorge Morales remete à coluna uma inquietação: em vários cinemas da Capital, o número e a fileira das poltronas precisam de olho biônico para serem lidos. Ainda mais em ambientes com pouca luz.
TRIBUNA
Durante a semana, o Informe Especial recebeu 64 reclamações sobre os atrasos nas entregas de correspondências em várias cidades do Estado. Não há espaço para publicar todas. Abaixo, uma nova leva.
A solução é retirar estes serviços dos Correios e solicitar todas as contas eletronicamente, o que, diga-se de passagem, deve começar a afetar o faturamento dos Correios.
91230-250 – Porto Alegre
Acredito que acontecerá como no ano passado, algum dia desses, quando retornar do trabalho, minha caixa de correio estará lotada, inclusive com algumas correspondências caindo para fora.
96206-550 – Rio Grande
Já inclusive tive título protestado por falta de pagamento, com multa e juros, sem recebimento da carteira de motorista e sem poder dirigir.
Alto Petrópolis – Porto Alegre
Há muito tempo estamos na minha rua recebendo correspondência ATRASADA, só uma recebemos bem adiantado, o IPTU.
90830-280 – Porto Alegre
Tenho 72 anos. Imagina tendo de correr para chegar até a agência central da CEEE lá na Borges para solicitar uma segunda via e depois tendo de correr até uma Lotérica para pagar a conta.
Ipanema – Porto Alegre
No meu caso, quando o carteiro não encontra ninguém no domicílio, são encaminhadas para uma agência distante 10,2 km da minha casa.
Petrópolis – Porto Alegre
O problema não é os Correios que estão demorando para entregar as correspondências, são as empresas que não enviaram os boletos de fevereiro. Os Correios ainda são uma das melhores empresas que trabalham bem.
Empresário de São Gabriel
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POSIÇÃO OFICIAL
Através de sua assessoria de imprensa, os Correios esclareceram que "houve aumento da demanda de trabalho e do número de afastamentos de empregados por motivo de saúde neste início do ano. Em Porto Alegre e nas demais cidades afetadas, uma série de medidas está sendo tomada para que a entrega aconteça dentro da normalidade". Confira a íntegra da resposta:
A respeito das reclamações dos clientes publicadas no Informe Especial, por Tulio Milman, na edição de hoje do Zero Hora, os Correios esclarecem que houve aumento da demanda de trabalho e do número de afastamentos de empregados por motivo de saúde neste início do ano. Em Porto Alegre e nas demais cidades afetadas, uma série de medidas estão sendo tomadas para que a entrega aconteça dentro da normalidade.
Quando existem situações como afastamentos por motivo de saúde, por exemplo, os Centros de Distribuição Domiciliária recebem apoio de carteiros de outras unidades da Empresa. Também são realizados mutirões, inclusive nos finais de semana, para agilizar a separação dos objetos e a entrega. Outra medida realizada é a contratação emergencial de profissionais temporários. Estão previstas novas contratações para o mês de abril. Algumas ações de otimização do processo produtivo nos Centros de Distribuição também estão sendo feitas para agilizar as atividades internas e, consequentemente, a entrega. A previsão é de que a situação seja regularizada até a próxima semana.
Também é preciso esclarecer a população que as contas de água não são entregues pelos Correios nas cidades citadas pela coluna.É importante que as pessoas utilizem os canais oficiais para fazer o registro formal das reclamações e resolver possíveis dúvidas. A Empresa disponibiliza o Fale com os Correios, no site www.correios.com.br, ou a Central de Atendimento aos Clientes dos Correios (CAC), pelo telefone 0800 725 0100 (de segunda à sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 8h às 14h).
Assessoria de Comunicação dos Correios do RS