Tulio Milman

Tulio Milman

Consultor, formado em Jornalismo pela PUCRS e com especializações em Marketing pela ESPM, Recursos Humanos pela EAE (Espanha) e Storytelling por Stanford (EUA). Visitante convidado pela Wharton School em 2017 (Pensilvânia, EUA). Escreve semanalmente em ZH e GZH.

Yin-Yang

Depois de um presidente negro e democrata, Trump representa um passo atrás

O discurso de Trump não é de força, é de medo – medo de que a diferença contamine e mate

Espiral da História. Donald Trump é isso. Minha visão é otimista. Aposto nela. A questão de fundo na eleição americana não foi a imigração, nem a crise econômica, nem o cansaço com a política e nem as mentiras de Hillary Clinton.

A questão de fundo da eleição americana foi a mesma que desafia a humanidade desde os tempos das cavernas: a convivência com o diferente e com a mudança. Esse aprendizado é longo e tortuoso. Está nos fatos concretos e na produção cultural. Da luta entre bandos de macacos na abertura de 2001: Uma odisseia no espaço, ao nazismo alemão do século passado.

Em 2005, quando a palavra globalização virava moda, Thomas Friedman escreveu O mundo é plano. A internet e a expansão dos mercados, as viagens mais rápidas e o intercâmbio entre culturas estariam, de acordo com Friedman, transformando o planeta em uma arena uniforme e conectada. Apoiada por call centers em Bangalore para atender os consumidores americanos. Donald Trump é a reação igual em sentido oposto. América first, a América primeiro.

O discurso de Trump não é de força. É de medo. Medo de que a diferença contamine e mate. Medo dos mexicanos e dos chineses. Pode ter vários nomes. Fascismo, ultranacionalismo, arrogância.

Olhando para a Idade Média e para o Renascimento, para Hitler e para a Alemanha tolerante e aberta de hoje, é possível afirmar que esses movimentos cíclicos são antigos e constantes. Não significa que sejam bons. Ao contrário. Apenas fazem parte desse processo lento e doloroso que se chama evolução. Poderia ser diferente. Deveria ser diferente. E um dia, quem sabe, será.

Depois de um presidente negro e democrata, Trump. Um passo atrás. Mas não é o último. Talvez Trump seja mais um ápice de escuridão antes do ciclo de luz. Ou talvez, daqui a alguns meses, estejamos todos surpresos positivamente. Tomara. Tomara.

VIDA LOKA
O Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos registrou duas ocorrências durante o show do Guns em Porto Alegre. Em ambos os casos, houve tentativa de acessar áreas para as quais os fãs não tinham ingressos. "Eu só queria ver o Slash de perto e me ralei", resmungou um dos acusados de desacato. O juiz marcou as audiências para o fim do mês, já que os dois rapazes estavam bêbados.

AVALIAÇÃO ERRADA
O governo Sartori não propôs o plebiscito para fechar e vender estatais quebradas porque teve medo da eventual repercussão negativa na eleição municipal. Em Porto Alegre, venceu o candidato que falou sobre privatização com absoluta coragem e convicção.

NA FEIRA
O Banco de Livros da Fiergs faz na sexta, na Praça da Alfândega, festa para comemorar 1 milhão de exemplares arrecadados em doações.

MAIS UMA
Além da queda do Muro de Berlim e da eleição de Trump, um outro fato histórico de extrema relevância aconteceu em 9 de novembro. A Noite dos Cristais, na Alemanha, em 1938. Centenas de casas e lojas de judeus foram incendiadas e depredadas.

AGORA VAI
Os projetos que garantem a autonomia definitiva dos Bombeiros estão prontos. Uma boa notícia quando o verão e a Operação Golfinho se aproximam.

DEMOGRAFIA
O número de alunos da rede pública do Estado vem caindo nos últimos anos. Efeito do envelhecimento da população do Rio Grande do Sul.

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