Protagonista da Temperatura Máxima deste domingo (30), na RBS TV, o Doutor Estranho pode até não ser um super-herói do primeiro escalão da Marvel. Mas o personagem do filme homônimo que será exibido a partir das 12h30min sintetiza a magia da editora estadunidense de quadrinhos.
E faz isso em duplo sentido. Por um lado, o Doutor Estranho é o mago do universo Marvel por excelência e por experiência — criado em 1963 pelo roteirista Stan Lee e pelo desenhista Steve Ditko, trata-se de um dos primeiros personagens surgidos nos gibis da chamada Casa das Ideias. Por outro, sua origem reúne vários dos elementos presentes em outros personagens clássicos da Marvel — do Homem-Aranha ao Homem de Ferro, do Hulk ao Thor — e que ajudam a explicar a popularidade desses heróis.
Para começo de conversa, Stephen Strange (interpretado nos filmes pelo inglês Benedict Cumberbatch, protagonista da série Sherlock e concorrente ao Oscar por O Jogo da Imitação) é um homem comum que, ao adquirir superpoderes, encara um rito de passagem. Sua história é um alerta sobre a arrogância que acomete os poderosos e os sabichões. Mas também é uma história de redenção, de segunda chance — tema mítico não apenas nos quadrinhos, mas na própria formação dos Estados Unidos. Para tanto, Strange deve desenvolver a humildade, buscar conhecimento técnico/espiritual e mergulhar dentro de si próprio — só que, como é típico nas HQs da Marvel, a jornada também faz paradas em mundos fantásticos, o que garante belos efeitos visuais (indicados ao Oscar).
Doutor Estranho tem direção de Scott Derrickson, que trazia no currículo os bons títulos de terror O Exorcismo de Emily Rose (2015) e A Entidade (2012). Essa pegada transparece em algumas cenas dessa aventura sobre feiticeiros que atravessam portas interdimensionais e distorcem a realidade, mas é claro que há espaço para humor (nesse sentido, a escolha de Cumberbatch para o papel mostrou-se bastante acertada).
Conhecemos Strange como um bem-sucedido neurocirurgião. Ao sofrer um acidente de carro, suas mãos ficam praticamente destruídas. Diante do fracasso da medicina tradicional, ele recorre ao Kamar-Taj, no Nepal, um centro de cura (e de combate às forças do mal) liderado pela Anciã (Tilda Swinton). Lá, Strange lidará com o ambíguo Mordo (Chiwetel Ejiofor) e com Wong (Benedict Wong), guardião da biblioteca. Mads Mikkelsen faz o vilão Kaecilius, antigo discípulo da Anciã que se revoltou por achar que alguns poderes estavam sendo mantidos em segredo. E Rachel McAdams interpreta a médica Christine Palmer, interesse amoroso do protagonista.
Depois de sua estreia no universo cinematográfico Marvel, o super-herói apareceu em Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Em dezembro de 2021, poderá ser visto no terceiro filme do Homem-Aranha estrelado por Tom Holland, No Way Home. E em março de 2022 entrará em cartaz Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, com direção de Sam Raimi e a presença de Elizabeth Olsen no elenco, no papel de Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate.