Capitão América: Guerra Civil (2016), que a RBS TV exibe às 14h50min de domingo (29), na Temperatura Máxima, fez um quarentão voltar a ser criança. Assim que saí do cinema, fascinado pela profusão de super-heróis nas telas, pela intensidade das cenas de ação (tipo um helicóptero sendo pego no braço!) e também pelos dilemas morais que acometem os personagens — a ponto de gerar antagonismo entre aliados —, comecei a correr atrás de gibis da Marvel. Era hora de retomar minha coleção.
Uma das primeiras HQs que busquei foi a série da qual o filme toma emprestado o nome e parte dos elementos, Guerra Civil (2006), escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven. No quadrinho, após a ação de um grupo de jovens heróis terminar em tragédia, o governo dos Estados Unidos aprova uma lei obrigando todos os superseres a revelarem suas identidades secretas e a trabalhar oficialmente para o Estado. Era um comentário, na época, sobre as medidas de exceção implementadas pelo presidente George W. Bush para combater o terrorismo.
O filme reencena o conflito interno que surge entre os Vingadores a partir da pergunta: qual é o grau de autonomia e de responsabilidade para super-heróis que se assemelham a armas de destruição em massa? Tony Stark, o Homem de Ferro (papel de Robert Downey Jr.), é um dos entusiastas do projeto governamental. O Capitão América (Chris Evans) é um ferrenho opositor.
Em torno de ambos, se organizam os demais personagens, como Viúva Negra (Scarlett Johansson), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Visão (Paul Bettany), Homem-Formiga (Paul Rudd) e Falcão (Anthony Mackie). A divergência se intensifica depois que Bucky, o grande amigo do Capitão América durante a Segunda Guerra Mundial e agora o terrorista procurado Soldado Invernal (Sebastian Stan), é tido como responsável por um atentado.
Décimo-terceiro título oficial do Universo Cinematográfico Marvel, Guerra Civil é um dos oito da franquia a superar a marca do US$ 1 bilhão nas bilheterias — arrecadou US$ 1,1 bilhão. Com equilíbrio entre ação, humor, drama e um toque de espionagem, armou o cenário para importantes aventuras solo e para o díptico dos Vingadores formado por Guerra Infinita (2018) e Ultimato (2019) — ambos dirigidos pelos irmãos Anthony e Joe Russo, a mesma dupla de Guerra Civil.
Foi na atração de domingo na RBS TV que vimos, pela primeira vez, o Homem-Aranha interagindo com os demais heróis da Marvel, agora encarnado por Tom Holland. E Guerra Civil também marcou a estreia cinematográfica do Pantera Negra (Chadwick Boseman), que depois faria história como protagonista da primeira aventura de super-herói indicada ao Oscar de melhor filme.