Quando chega o final do ano, época de Natal, de renovar sonhos e metas para o ano que chega, tudo o que a gente quer é saber de novidades que nos dão um sinal de esperança. Pensar no futuro é desejá-lo melhor lá na frente. Transformar é agir agora para que aconteça. Falar em futuro é tratar das novas gerações que estão aí e pensar num lugar melhor para ela, né? (que papo de mãe, hein?)
Eis que duas novidades dos últimos dias me fizeram acreditar nesse novo mundo melhor. Formar público e, com isso, cidadãos talvez seja um dos principais desafios do artista hoje em dia, quando tudo dura o tempo de um streaming. Ainda mais a gente que trabalha com arte comprometida com o cultural, que atenta para o conteúdo antes de tudo.
O poeta lavrense Gujo Teixeira, que completa três décadas de poesia e música nativista, resolveu focar seu trabalho nessa gurizada, comunicar para elas e transformar o mundo a partir de sua aldeia. Numa parceria com a Edibook, lançou o Gibi do Gujo, onde histórias que tratam de valores de vida em forma de poesia desafiam os pequenos a se interessar pela arte. Além disso, a publicação traz atividades para serem realizadas pela criançada onde completam poemas, entendem de rimas e se envolvem com literatura. Essa é a terceira publicação da editora que lançou os gibis dos pequenos do The Voice Kids, Thomas Machado e Luiza Barbosa.
O projeto inclui uma dezena de lançamentos nos próximos meses, sempre com figuras ligadas ao Rio Grande do Sul.
Uma baita dica de presente de Natal, hein?
Economia da cultura em discussão
Nessa linha de ideias que vem para melhorar, cito a Comissão Especial da Cadeia Produtiva da Música e da Cultura Gaúcha, que iniciou suas atividades e terá 120 dias para entregar relatório do mercado da arte gaúcha ao Poder Executivo do Estado.
Idealizada pelo músico e deputado estadual Luiz Marenco, a comissão realizou uma reunião há alguns dias em Porto Alegre e percorrerá várias cidades do Rio Grande em busca desse diagnóstico.
De cara, dados apresentados pelo economista da Secretaria de Planejamento do Estado, Tarson Nuñez, por meio de pesquisa, trazem informações dados incríveis e surpreendentes. Num país onde artistas cada vez mais são desmoralizados, vale saber alguns desses números.
Você sabia que a cada R$1 investido em cultura pela Lei Rouanet injeta R$ 1,59 na economia local? Que a economia criativa gerou R$ 171,5 bilhões em 2017 para o país e que emprega mais trabalhadores (formais) do que a indústria calçadista com mais de 130 mil postos de trabalho e mais de 27 mil empresas no RS?
Vamos refletir? Além de investir em cultura e no bem-estar social (cada vez mais evidenciado pela medicina que quem tem lazer e cultura adoece menos), atentar para esse setor é investir em economia e gerar renda para muitas famílias.
Que fique a reflexão e esse desejo de mudança para 2020. Respeito à arte e aos artistas, trabalhadores de um mundo melhor e cada vez mais livre.