Já fui aquela que fazia um roteiro quase hora a hora planejando minhas viagens. Tinha medo de perder detalhes, de não ver ou provar tudo que poderia.
Hoje faço questão do tempo para me perder em um passeio, pois é aí que justamente tenho grandes chances de me encontrar em novos lugares, novos sabores e, às vezes, até em uma nova Sara (entre tantas!). É preciso tempo para permitir-se.
Uma ilha de surpresas
E lá vamos nós pegar a estrada! Dessa vez, quero provocar vocês a descobrirem lugares dentro de lugares. Como aconteceu em uma das minhas idas a Rio Grande (cerca de quatro horas – ou 317 quilômetros – distante de Porto Alegre).
Sou apaixonada pelas marcas do tempo no Centro dessa cidade. Sinto falta de uma merecida recuperação de tantos prédios que contam a história do nosso Estado. Sem falar nos lobos marinhos que sempre aparecem por ali, aproveitando os restos dos peixes que chegam por água até o Mercado Público.
Mas Rio Grande tem várias descobertas, como a Ilha dos Marinheiros. Fica dentro da Lagoa dos Patos, junto da cidade, e inicialmente ocupada por indígenas das etnias minuano, charrua e guarani. Acabou colonizada por portugueses, que também marcaram os costumes do lugar.
A ilha tem ainda uma lagoa dentro, a Lagoa da Noiva, de difícil acesso, mas com um visual lindíssimo. Com terra fértil, fornece a maior parte das hortaliças frescas de Rio Grande. Na ilha, é possível comprar a tradicional jeropiga, bebida portuguesa preparada adicionando aguardente ao mosto de uva para parar a fermentação. Lembra, de longe, o sabor do vinho do Porto.
Alguns operadores de turismo conduzem visitas guiadas à Ilha dos Marinheiros, mas é possível fazer o passeio com carro próprio. Garanta cruzar a ponte no final de tarde, quando o visual do pôr do sol rouba a cena.
Farofa artesanal
Você é daquelas que não abre mão de acompanhar as refeições com uma farofinha? Então vai amar essa descoberta: a Quinta Farofa. Produzida artesanalmente pela Fernanda Costamilan, surgiu praticamente sob o “comando” da família, consumidora fiel, que ajudou a adaptar e incrementar até ficar como é hoje.
São duas versões: a tradicional (R$ 22,90), um mix de farinhas com nuts salgadas, e a premium (R$ 24,90), que também recebe nuts doces e salgadas. Essa última é praticamente uma refeição inteira, de tão saborosa! Pedidos via Instagram (@quinta.farofa) ou WhatsApp (51) 99234-5399.
Vinhos inspirados
O selo Sfiria é uma proposta de vinhos criados em parcerias, independentemente de terroir ou varietal. Um verdadeiro processo de alquimia entre as características pensadas por sommeliers, as castas e terroir e a capacidade técnica dos enólogos envolvidos.
Todos são vinhos de excelência, mas meu preferido é o Saria 2018, um corte bordalês (três terços entre Cabernet Franc, Merlot e Cabernet Sauvignon) acertado, com força e equilíbrio, com uvas provenientes do terroir de Pinto Bandeira. São perfeitos para degustar quando se busca um rótulo especial ou como presente para aquela amiga enófila – que ama vinhos!
Pelo site sfiria.com.br, é possível conhecer outros rótulos – o Antia, um Merlot 2017, e o Egina Nature, um espumante rosé.