Os Jogos Paralímpicos de Paris começaram nesta semana, e me alegra muito podermos vivenciar novamente, em tão pouco tempo, as emoções que sentimos durante as Olimpíadas de algumas semanas atrás. Ao contrário da delegação olímpica, a delegação paralímpica brasileira é uma potência e, há algumas edições, figura sempre no top 10 do quadro de medalhas, mas por algum motivo ouvimos falar pouco disso. Essa é uma das principais reclamações dos atletas e organizações: a falta de visibilidade.
Eu sei que nós, atletas, sempre reclamamos da questão de visibilidade, pois é primordial para que tenhamos melhores condições de treinamento, possamos manter a modalidade relevante e até mesmo recebamos melhores salários. O grande público precisa saber que o paradesporto é uma realidade no Brasil. Até mesmo porque é uma das maiores, senão a maior, forma de inclusão para pessoas com deficiência (PCD's). É um dos poucos meios em que essa população consegue ascender socialmente e ter total integração, sem limitações.
Essa falta de visibilidade traz diversos problemas, mas vou tratar um dos principais nesse texto: a nomenclatura feita de maneira equivocada.
O que quero dizer com isso? Dentre as diversas reivindicações dos atletas paralímpicos está o fato de os chamarem de paratletas. E você, meu caro leitor, pode estar se perguntando como isso está errado, e eu te responderei com exemplos. Por exemplo, quando nos deparamos com um professor portador de alguma deficiência nós o chamamos de paraprofessor? E se for um advogado PCD, ele é chamado de paradvogado? Quem sabe um pai ou uma mãe, são chamados de parapais? A resposta para todas essas perguntas é não. Logo não me parece de muito bom tom chamar atletas do paradesporto de paratletas, pois eles são... atletas.
Inclusive, nessa mesma temática de nomenclatura, vale destacar que nem todo atleta portador de deficiência é um atleta paralímpico. Paralímpicos são apenas os atletas que já competiram uma Paralimpíada.
Pode parecer bobagem, mas é importantíssimo. Isso é respeitar os atletas que tanto se esforçam e se dedicam ao seguir o caminho do esporte. Nesse momento em que eles estão vivendo o ápice e o sonho da vida de qualquer atleta, torna-se ainda mais necessário que falemos da forma correta. Isso também é uma forma de valorizá-los