O Brasil começou a sexta-feira (30) amassando no primeiro dia do atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris. Em uma das primeiras disputas no Stade de France, Júlio César Agripino conquistou o ouro nos 5000m T11, com direito a recorde mundial e paralímpico ( 14min48s85). O pódio ficou ainda mais completo com o bronze de Yeltsin Jacques.
— Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô — disse após a conquista.
Aos 33 anos, o paulista nascido em Diadema venceu sua primeira medalha paralímpica, coroando uma jornada que começou aos sete anos. À época, foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea.
Ele era atleta convencional do atletismo e migrou para o paradesporto por meio dos treinadores do Centro Olímpico. Desde então, vem em busca da glória na modalidade. E os resultados são consequência do trabalho que Agripino vem fazendo.
Antes de subir ao lugar mais alto do pódio nesta sexta, o brasileiro havia ficado com a prata no Mundial de Kobe, em 2023, atrás justamente de Yeltsin.
Júlio foi o campeão mundial de outra prova de fundo em Kobe, os 1.500m, distância que ele e o medalhista de bronze voltam a disputar em Paris no dia 2 de setembro, na semifinal. A final será em 3 de setembro.
O Brasil já acumula seis medalhas nas Paralimpíadas de Paris: duas de ouro, uma de prata e três de bronze.