A capital paranaense pode não estar no topo ao se listar cidades turísticas brasileiras, mas tem muito mais a oferecer do que muita gente pensa.
Como costuma ocorrer, estive por ali há pouco para compromissos familiares, mas houve tempo, no final de semana, para um roteirinho de 24 horas — um dos pontos, novidades para mim; os outros, velhos conhecidos para onde sempre se quer voltar. A saber:
Museu Oscar Niemeyer (ou Museu do Olho)
Daquelas coisas que podem ocorrer quando se visita uma cidade com relativa frequência: só havia ido ao museu logo após sua inauguração, em 2002. Voltei duas décadas depois e fiquei tão ou mais encantada que da primeira vez. A estrutura externa, por si, obra do mesmo arquiteto de Brasília, entre outras tantas icônicas, já bastaria para o deleite, mas o interior abriga exposições permanentes e temporárias interessantíssimas (vi quatro delas: África, Ásia, Juarez Machado e Luz e Espaço, de arte e design, este último no interior do olho).
O museu todo tem 35 mil metros quadrados de área construída, um acervo de 14 mil obras, 12 salas e recebe mais de 350 mil visitantes por ano. A área verde do entorno é propícia para caminhadas, piqueniques e, no dia em que fui, reunia uma multidão para ver o pôr do sol. Os muitos cafés e bares da redondeza deixam tudo mais vibrante.
Brunch na Prestinaria
A Prestinaria São Lourenço (Rua Mateus Leme, 3.440) é sempre uma boa ideia, combinando comida boa e a bem-vinda decoração de plantas. Abre de segunda a domingo, das 8h às 20h, com padaria e ótimas opções para o brunch, como o tradicional Croque Monsieur, que equivale a uma refeição completa (de segunda a sábado, serve almoço). A digestão pode ser feita com uma caminhada pelas estufas de orquídeas. Reserve, pois é concorrido. Desta vez, também aproveitei para comprar chás e produtos naturais em outro ponto charmoso da cidade, o Erva Santa (na Avenida Vicente Machado, 2.052, no Batel, com abertura de segunda a sábado, das 9h às 18h).
Visita guiada à Arena da Baixada
Não sou fanática por futebol, mas gosto de visitar estádios. Nunca tinha ido ao do Athletico Paranaense, que tem o único estádio com teto retrátil da América Latina. O que mais chama a atenção na arena — o prédio lembra um centro comercial e não se destaca na paisagem —é de fato a grama sintética e o teto retrátil, uma estrutura de quase 300 toneladas que leva 25 minutos para ser aberto — em média, fica fechado 300 dias por ano, informam na visita, e um sistema interessante é o que coleta água no telhado e permite que 88% da água usada no complexo venha da chuva. As visitas podem ser feitas de terça a domingo, de hora em hora, entre 9h e 11h e 13h às 16h — havia mais gente do que imaginava naquele sábado e tive de esperar o horário seguinte. O ingresso custa R$ 30, com direito à meia-entrada conforme a lei, e é comprado no Centro de Atendimento do estádio.
Feira do Largo da Ordem
É um clássico da cidade e ocorre todos os domingos, entre 9h e 14h, no Centro Histórico. Há cerca de 400 expositores cadastrados e, quando fui, ainda por conta de obras nas ruas que ocupa, muitas barracas estavam em locais improvisados. Tem de tudo por aqui: artesanato em madeira, pedra, tecido, cerâmica... E sempre algum grupo de música se apresentando.
Imperdível, para muitos frequentadores, é a combinação pastel de feira e caldo de cana, que eu também provei, claro, ainda que tenha ido inúmeras vezes. Também dá para combinar com visitas à Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, a mais antiga da cidade, o Museu da Arte Sacra e a Mesquita Imam Ali Ibn Abi Tálib, de 1972, entre outros prédios históricos.
Voando pelo Brasil
Para incentivar o turismo nacional, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo estão promovendo destinos da aviação nacional, convidando e recebendo criadores de conteúdo para divulgar atividades de gastronomia, lazer e ecoturismo, mostrando belezas locais e a retomada segura das viagens. Já aderiram 14 Estados e duas companhias aérea.
P.S.: independentemente da ação, meritória, o preço das passagens segue sendo um impeditivo para as pessoas viajarem.