Sim, o Rio de Janeiro, apesar de tudo, continua lindo. E inesgotável. Não importa quantas vezes se vá. Sempre haverá algo para ver ou rever. Nessas minhas 48 horas no Rio, teve um pouco de tudo: passeio ao ar livre, exposição, circo, teatro… Não teve praia, mas até poderia. Mesmo no inverno, a temperatura chegou a ficar próximo de 30ºC. E ainda que se aproveite ao máximo, a gente sempre vai embora com a sensação de que ficou devendo para a cidade. Confira este roteiro, inspirado no 36 Hours do New York Times.
1 - Confeitaria Colombo do Forte de Copacabana
Do aeroporto, direto para Copacabana. A ideia era tomar café da manhã na Confeitaria Colombo do Forte de Copacabana. O que eu não sabia era que, para conseguir um lugar numa das disputadas vistas para a praia, é preciso chegar cedo e ir para a fila (a abertura é às 10h). Inaugurado em 1914, o forte abriga o Museu Histórico do Exército e, além da filial da mais do que centenária Colombo, há um outro café ali, o 18 do Forte, e uma loja de suvenires (a Arte & Rio). Como o acesso é por ordem de chegada e queríamos a Colombo, o jeito foi ir para a fila e, na abertura dos portões, aligeirar-se. Valeu a pena. Pedimos o "Chá do Forte" (um para duas pessoas é mais do que suficiente). E foi um longo café da manhã, com cara de almoço, com temperatura perfeita e vista magnífica.
- De terça a domingo, das 10h às 20h. Ingressos ao Forte a R$ 6
2 - Instituto Casa Roberto Marinho
Estava curiosa para conhecer o Instituto Casa Roberto Marinho, inaugurado no final de abril. A casa de 1943, no bairro Cosme Velho, serviu de morada ao empresário até sua morte, em 2003 e abriga sua coleção de arte do Modernismo brasileiro. Em estilo colonial, a construção é inspirada no Solar de Megaípe, em Pernambuco, e desde sempre abriu para eventos culturais. A adaptação da casa levou quase quatro anos e, além da construção principal, com 1,2 mil metros quadrados adequados para exposições, ganhou um espaço educativo, onde há também um café. O jardim, projetado por Burle Marx, é um capítulo à parte, integrado àquela área coberta pela Floresta da Tijuca. Da bilheteria ao café, o atendimento é exemplar. Até 30 de setembro, fica em cartaz a exposição Modernos 10. Tem produções, dos anos 1930 e 1940, de Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Portinari, Pancetti, Nery, Guignard, Djanira, Di Cavalcanti, Dacosta e Burle Marx.
3 - Unicirco da Quinta da Boa Vista
Com criança no nosso pequeno grupo, a lona do circo da Quinta da Boa Vista não passou despercebida. E lá fomos nós assistir ao espetáculo da Universidade Livre do Circo (Unicirco), concebida e dirigida pelo ator Marcos Frota. É atração para crianças e adultos, com uma incansável e competente banda, e muitos números com trapézio. Teve pipoca, algodão-doce e tudo mais. Espetáculos de circo aos sábados, domingos e feriados, às 15h e às 17h. Ingresso a R$ 20.
A Quinta da Boa Vista é um dos maiores parques urbanos do Rio, com mais de 155 mil metros quadrados, acesso gratuito e um público bem variado. É lá que fica o Museu Nacional, consumido pelas chamas em um grande incêndio no domingo (02) (na foto acima, a fachada no dia da minha visita).
4 - Café da manhã na Casa da Táta
Como é bom voltar aos lugares que a gente gosta, o café da manhã do domingo foi no Da Casa da Táta. Aos sábados, domingos e feriados, abre às 9h e, para garantir lugar, é preciso chegar cedo, já que não fazem reserva. As duas sugestões, o Café da Casa e o Café da Táta, são combos bem servidos que podem ser compartilhados. Pães e bolos são produzidos ali mesmo e é tudo muito bom. É pequenininho e as mesas podem ser compartilhadas.
- Fica na Rua Professor Manoel Ferreira, 89, Gávea.
5 - Jardim Botânico
Não muito longe do café estava o destino seguinte: o Jardim Botânico. Apesar das várias vezes no Rio, nunca tinha ido, acredita? Pagam-se R$ 15 pelo acesso ao lugar que hoje é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e soma 210 anos de história.
Criado em 1808 por D. João VI, é considerado um dos mais importantes centros mundiais de pesquisa nas áreas de botânica e biodiversidade. E perfeito para um passeio de domingo.
Nesse que eu fui, tinha música com banda que misturava chorinho e jazz, tinha sotaque de incontáveis lugares do mundo e muitas atrações ao longo do caminho (as suculentas, as bromélias, as orquídeas…) e parada obrigatória no parquinho, que fica entre os muros das ruínas da Antiga Fábrica de Pólvora e a Praça do Café, onde tomei um dos melhores sucos da vida.
Depois de horas andando pelo parque, para encerrar, uma passadinha rápida na Loja Amigos do Jardim, no Centro de Visitantes. Não resisti às cadernetas e a dois chaveiros (no detalhe) da artista plástica Maria Oiticica, que produz biojoias, usando sementes, fibras e madeiras.
O dia seria encerrado com uma divertida peça infantil no Teatro Miguel Falabella, que fica no segundo piso do NorteShopping. Foram 48 horas intensas, numa cidade onde sempre dá para voltar, ver, rever, conhecer...