Para todo lado que olhasse, sentia vontade de fotografar. Não era para menos: à minha volta voejavam mais de 1,4 mil pássaros de 150 espécies diferentes, no Parque das Aves, uma atração às vezes não considerada quando se visita Foz do Iguaçu.
Os 16,5 hectares que abrigam os viveiros, reconhecidos como lugar de recuperação e conservação de aves, são vizinhos do Parque Nacional do Iguaçu (quem vai às Cataratas tem, portanto, a obrigação de também fazer uma parada ali). Nesse oásis de Mata Atlântica, 54% dos pássaros foram resgatados de maus-tratos e do tráfico.
Fazia uns 35ºC na cidade, mas o ar no Parque das Aves era fresco durante meu passeio. Era uma sexta-feira fora de temporada e dava para caminhar com calma, observar, ler as informações sobre as espécies e fotografá-las. Por ano, cerca de 800 mil pessoas passam pelo lugar.
Eu já havia visitado o parque pelo menos outras duas vezes - ele é de 1994 - e tive a sensação de que está ainda melhor do que eu lembrava. Há atrações recentes, sobre as quais já falei aqui, como o Backstage Experience, oportunidade de conhecer os bastidores em um tour com acesso a áreas restritas e um contato privilegiado com algumas aves. Mas nem é preciso contar com a novidade: o contato com a beleza já vale o passeio.
Ah, no trajeto, que é todo sinalizado, sem necessidade de acompanhamento de guia, há espaços para descanso e, bem no meio do trajeto, um café para o caso de a fome apertar. Na saída, o restaurante tem vista para um lago com flamingos. E, claro, o roteiro se encerra na lojinha. Não houve como não sair com um chinelo de dedos com desenho de araras.