Enquanto as decisões judiciais a respeito da cobrança da bagagem vão e vêm no Brasil, após mudança nas determinações da Anac, lembrei de uma cena recente em um aeroporto europeu que pode se repetir por aqui no futuro: em um voo com todos os lugares da classe econômica ocupados, já à porta do embarque, os funcionários da companhia aérea pediam de forma ostensiva que passageiros se voluntariassem para despachar as bagagens, de forma gratuita. Apareceram alguns, mas não o suficiente.
Para barganhar, os funcionários passaram então a oferecer lugar na classe executiva para quem se livrasse da bagagem de mão. Surgiram outros passageiros dispostos a despachar suas malas, mas ainda não o suficiente.
A medida seguinte foi os mesmos funcionários circularem pela sala de embarque farejando bolsas e malas fora do padrão ou alguém que estivesse com mais de uma peça. Mulheres que carregassem uma bolsa (pessoal, dessas onde costumamos levar carteira, documentos...) um pouco maior e uma mala de mão eram convidadas a despachar a segunda.
A postura era agressiva, quase como se as pessoas estivessem cometendo algum crime por levar consigo a bagagem, mesmo dentro do padrão, para evitar a cobrança do despacho. Bem chato.