Nas minhas idas a Montevidéu, sempre me senti segura. Sei de pessoas que foram assaltadas (e da decepção delas com isso, pois tinham o mesmo sentimento que eu), mas acredito nos rankings indicando a capital uruguaia como uma das mais seguras do mundo.
E assim foi, numa visita recente: nenhum susto, caminhadas noturnas por ruas cheias de gente, praças lotadas tarde da noite. Porém, em questão de minutos, duas informações me deixaram um pouco confusa:
- um motorista uruguaio me contou que foram instaladas dezenas de câmeras na Ciudad Vieja (segundo ele, 228), a pequena área central e histórica. Disse-me que eu poderia andar tranquilamente com uma câmera fotográfica pendurada ostensivamente ao pescoço sem correr risco de ser roubada. Se fosse, me garantiu, em instantes a polícia recuperaria o equipamento;
- poucos minutos antes, na tradicional Feira de Tristán Narvaja, no bairro Cordón (longe da Ciudad Vieja, portanto), uma pedestre uruguaia me sugeriu que não andasse com a câmera fotográfica à vista porque seriam comuns os roubos por ali.
Calejada pela violência porto-alegrense, preferi o excesso de precaução. Mas que me senti confusa, na condição de turista, me senti.