A cada eleição municipal, despontam os líderes que estarão na lista de candidatos competitivos às eleições de dois anos depois, quando são escolhidos deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e o presidente da República.
Como é da tradição ex-prefeitos bem-sucedidos chegarem à Assembleia Legislativa ou à Câmara dos Deputados, a coluna listou 12 nomes que têm boas perspectivas de eleições futuras.
Ary Vanazzi (PT) — São Leopoldo
Apesar de não ter conseguido eleger o sucessor, o prefeito de São Leopoldo é um dos principais líderes do PT na região metropolitana e deverá ser uma das apostas para o partido em 2026. Mesmo não sendo da cidade, seu candidato, Nelson Spolaor, fez 41,34 % na eleição vencida por Heliomar Franco (PL), com 51,24%. Os outros três candidatos não somaram 20% dos votos.
Eduardo Bonotto (PP) — São Borja
Prefeito em segundo mandato, Eduardo Bonotto está preparando a candidatura a deputado estadual. Em 2020, ele foi reeleito com 66,48% dos votos. Nesta eleição, elegeu o sucessor, José Luiz Rodrigues Machado, com 53,71 %. O prefeito é ex-presidente da Famurs.
Fábio Branco (MDB) — Rio Grande
Atropelado pela candidata do PT, Darlene Pereira, Fábio Branco não conseguiu a reeleição em 6 de outubro, mas está longe de pendurar as chuteiras. O ex-prefeito e ex-deputado segue como um dos principais líderes do MDB, partido do qual foi presidente. Sua situação eleitoral foi prejudicada pela incerteza em relação à legalidade da candidatura, mas na última hora o Superior Tribunal de Justiça validou seu registro e tirou das costas de Branco o peso de uma condenação por improbidade administrativa que pode ter impactado o desempenho na eleição, quando fez 34,12 % dos votos.
Fátima Daudt (MDB) — Novo Hamburgo
Apesar do resultado desastroso para o MDB, partido que Fátima escolheu após os desentendimentos com Lucas Redecker, em Novo Hamburgo, a atual prefeita tem condições de disputar uma vaga de deputada estadual, dado o peso do Vale do Sinos no eleitorado. No balanço de realizações, a gestão de Fátima está sendo positiva em várias áreas, mas ela não conseguiu preparar um sucessor e teve de “importar” a ex-prefeita de Dois Irmãos Tânia da Silva, que ficou em terceiro lugar.
Jorge Pozzobom (PSDB) — Santa Maria
Prefeito em segundo mandato, Pozzobom conseguiu até aqui o que parecia impossível: evitar a vitória de Valdeci Oliveira no primeiro turno com um candidato recém-convertido ao PSDB, o vice Rodrigo Decimo. Ex-deputado, passa a figurar a na lista dos líderes em ascensão entre os tucanos.
Leonardo Pascoal (PL) — Esteio
Eleito pelo PP em 2016, com 26 anos, teve uma gestão amplamente aprovada pelos eleitores de Esteio e se reelegeu em 2020 com 85,5% dos votos. Tentou assumir o comando do PP, mas foi atropelado pela família Covatti e migrou para o PL, na onda bolsonarista que varreu o Estado nos últimos anos. No dia 6 de outubro, elegeu seu sucessor, o novato Felipe Costella, em uma eleição com quatro candidatos, sendo dois deles ex-prefeitos. Filho do secretário dos Transportes, Juvir Costella, Felipe nasceu no MDB, mas migrou para o PL e fez 48,23% dos votos.
Luciano Orsi (PDT) — Campo Bom
Ex-presidente da Famurs, Orsi tornou-se conhecido no Rio Grande do Sul inteiro como um sujeito conciliador, alegre e articulado. Na sua cidade, elegeu o sucessor, Giovani Feltes, em aliança com o MDB, com 48,80%. Feltes tem vida própria, é ex-prefeito e ex-deputado estadual e federal, mas a administração aprovada de Orsi, que havia sido reeleito em 2020, ajudou a derrotar Faisal Karam, do Republicanos.
Marcelo Caumo (PP) — Lajeado
O prefeito conseguiu eleger a sucessora, sua vice, Gláucia Schumacher, com 47,12% dos votos válidos. Em 2020, Caumo já havia se mostrado um fenômeno eleitoral, ao obter a reeleição com 71,26% dos votos válidos. Nas enchentes que assolaram o Vale do Taquari, o prefeito atuou como líder regional, o que facilitar o caminho para futuros projetos.
Márcio Amaral (MDB) — Alegrete
Prefeito reeleito em 2020 com 43,22% dos votos, o médico veterinário Márcio Amaral conseguiu eleger o sucessor, Jesse Trindade dos Santos, com 41,53% dos votos, em uma aliança com o PP. O MDB planeja tê-lo como candidato a deputado estadual em 2026.
Mário Augusto (PP) — Dom Pedrito
Quando foi eleito pela primeira vez, em 2016, ele era um dos prefeitos mais jovens do Estado. Em uma cidade conservadora, ajudou a quebrar tabus e foi reeleito quatro anos depois com 84,14% dos votos válidos. Agora elegeu o sucessor, Diego da Rosa Cruz, com 68,32% dos válidos.
Paula Mascarenhas (PSDB) — Pelotas
Ainda que não tenha conseguido levar o candidato tucano Fernando Estima para o segundo turno em Pelotas, a prefeita e presidente do PSDB é hoje uma das principais líderes do partido. Com dois tucanos disputando o segundo turno (Rodrigo Decimo em Santa Maria e Adiló Didomenico em Caxias do Sul), tem possibilidade de crescer como líder estadual. Por ser uma das pessoas mais próximas do governador Eduardo Leite, é provável que ocupe uma secretaria em 2025.
Ronnie Melo (PP) — Uruguaiana
Com a decisão do deputado Frederico Antunes de não concorrer mais à Assembleia, está aberto o caminho para o prefeito de Uruguaiana ser o candidato da cidade em 2026. Frederico deve ser candidato a deputado federal — isso se não for nomeado antes para o Tribunal de Contas do Estado. Prefeito reeleito em 2020, Ronnie Melo elegeu o sucessor, Carlos Alberto Delgado de David (PP), com 45% dos votos.