O resultado da pesquisa Quaest, que aponta ampla vantagem do candidato Sebastião Melo (MDB) sobre sua adversária, Maria do Rosário (PT), reflete a matemática do primeiro turno. Com 49,72% dos votos válidos, o prefeito esteve a um passo de vencer no primeiro turno. Largou, portanto, como favorito, precisando apenas manter os votos conquistados em 6 de outubro e esperar que os de Felipe Camozzato, do Novo, caíssem no seu colo por efeito da gravidade.
A Quaest indica que Melo avançou sobre o eleitorado de Juliana Brizola: 38% dos que declararam voto nela no primeiro turno agora afirmam que votarão no prefeito, e 35% que estão com Rosário. Embora o PDT tenha declarado apoio à candidata do PT, Juliana não entrou na campanha. O diretório do PDT havia decidido pela neutralidade, mas uma ordem de cima, do ministro da Previdência, Carlos Lupi, forçou um apoio artificial.
Para ultrapassar Melo, Maria do Rosário precisa conquistar os eleitores que escolheram Juliana no primeiro turno e ainda dobrar pelo menos uma parte dos que não foram votar ou optaram por votar nulo ou em branco. Pela pesquisa Quaest, essa fatia do eleitorado segue irredutível: 19% dos entrevistados responderam que não têm certeza se vão votar. Outros 15% estão dispostos a votar nulo ou em branco.
Alma do negócio
A propaganda, quando bem feita, é mesmo a alma do negócio: entre a primeira pesquisa da Quaest, em agosto, e esta, a avaliação positiva do governo de Sebastião Melo subiu de 36% para 43%. A negativa caiu de 29% para 24%.
O que aconteceu nestes quase dois meses: uma exposição massiva das coisas boas do governo, nos blocos da propaganda eleitoral e nas inserções de rádio e TV. No governo em si, nada mudou.
Eleitores pedem independência
Nem Lula e muito menos Jair Bolsonaro: os eleitores de Porto Alegre gostariam que o próximo prefeito fosse independente. Curiosa é a diferença entre os percentuais dos dois líderes que se opõem nacionalmente .
Para 49% dos entrevistados pela Quaest, o prefeito deveria ser independente, enquanto 32% gostariam que fosse aliado presidente Lula (PT) e só 16% querem alguém ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Atributos de um líder
Além de indagar os entrevistados sobre intenção de voto, a Quaest fez outras perguntas que ajudam a entender a preferência do eleitor de Porto Alegre por um candidato ou outro. Em uma delas, apresentou uma lista de oito atributos de um líder e perguntou qual dos candidatos era mais identificado com cada item. Melo ficou em primeiro lugar nos oito.
O prefeito foi considerado mais experiente (64%), carismático (57%), trabalhador (56%), capaz de tomar decisões em momentos de crise (54%), verdadeiro (48%), inovador (47%), honesto (42%) e preocupado com os mais pobres (42%).
O melhor índice de Rosário foi na preocupação com os mais pobres: 38%.
ALIÁS
Apesar da exposição diária dos candidatos Sebastião Melo e Maria do Rosário, na pesquisa espontânea, sem a apresentação de um cartão com seus nomes, 21% dos entrevistados da Quaest se mostram indecisos.
Ficha técnica
A pesquisa, contratada e paga pelo Grupo RBS, foi realizada com 900 pessoas, utilizando questionário estruturado, entre os dias 14 e 16 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob protocolo RS-08359/2024.
Pesquisas eleitorais
O Grupo RBS não faz pesquisas eleitorais nem divulga levantamentos encomendados por partidos, candidatos ou governos. Para atender ao interesse de seu público, os veículos do grupo somente contratam e divulgam resultados de institutos reconhecidos. Neste ano, contratou a Quaest, empresa de consultoria e pesquisa que reúne tecnologia e inteligência de dados, para fazer as sondagens referentes à eleição para prefeito de Porto Alegre. Fundada em 2016, a Quaest tem sede em Belo Horizonte.