É com a experiência de quem negociou a vinda para o Tecnopuc de empresas que ignoravam a existência de centros tecnológicos no sul do Brasil que o presidente da Agência de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, a Invest RS, Rafael Prikladnicki coordenará a busca por investimentos nos próximos anos. Entusiasmado com a oportunidade de ajudar a economia do Rio Grande do Sul a mudar de patamar com o Plano de Desenvolvimento Econômico, lançado na quarta-feira (30), Prikladnicki já vinha trabalhando antes mesmo de ter sido anunciado oficialmente como presidente, em sintonia total com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
Os dois farão parte da missão internacional ao Japão e à China, que o governador Eduardo Leite lidera a partir do dia 17, divulgando produtos gaúchos e tentando atrair investidores para o Estado. Por experiência, Prikladnicki sabe o quanto é importante mostrar aos investidores internacionais que o Brasil é muito mais do que São Paulo e Rio de Janeiro:
— Estados como o Rio Grande do Sul precisam se apresentar, mostrar seus diferenciais competitivos e estar de olho para identificar oportunidades em qualquer ponto do planeta — disse o novo presidente à coluna nesta quinta-feira (31), em conversa sobre seu mais novo desafio.
A primeira tarefa da Invest RS será montar uma base de inteligência de dados, para não sair dando tiro no escuro. Isso significa mapear os projetos em andamento, a etapa em que estão e os eventuais gargalos que precisam superar. Essa base de dados vai organizar informações sobre projetos em fase embrionária ou empresas que manifestaram intenção de ampliar suas plantas ou diversificar produtos.
Bem relacionado no mundo acadêmico e também no empresarial, Prikladnicki vem recebendo mensagens de apoio do Brasil e do Exterior desde que a coluna noticiou que era ele o escolhido pelo governador para presidir a agência. Disciplinado, vem estudando os casos de sucesso de agências do gênero em vários países. E comparou o caso do Rio Grande do Sul ao de Ohio, nos Estados Unidos, que precisa competir com a mundialmente famosa Nova York e com a rica e conhecida Califórnia na atração de investimentos.
No Brasil, o exemplo mais antigo de agência de desenvolvimento e promoção de investimentos é Minas Gerais, que criou a sua em 1968. São Paulo, mesmo sendo um Estado naturalmente atraente por seu potencial econômico, criou a sua no governo João Doria, já atraiu mais de R$ 100 bilhões em investimentos e tem um escritório na China. Santa Catarina criou a sua agência no governo de Raimundo Colombo e hoje o Estado é um dos maiores concorrentes do Rio Grande do Sul — não só por isso, mas por outros fatores que pesam na escolha de um lugar para investir.
A ação da agência não será voltada apenas para investidores internacionais. Nos primeiros meses, além de organizar a estrutura da Invest RS, que vai funcionar no antigo prédio da empresa Ipiranga, na Avenida Borges de Medeiros, Prikladnicki vai cumprir agendas institucionais no Rio Grande do Sul e conversar com prefeitos, porque terão papel importante na definição dos locais para a instalação de projetos.