O jornalista Carlos Rollsing colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A ocupação batizada de Maria da Conceição Tavares, na antiga sede do INSS, no Centro Histórico de Porto Alegre, completa um mês nesta segunda-feira (8) com perspectivas de que o imóvel seja destinado à habitação social. Atualmente, cerca de 120 pessoas atingidas pela enchente estão vivendo no local, em espaços privativos que antes eram escritórios. Os primeiros andares, onde se acomodam os habitantes, estão abastecidos com energia elétrica e água. Uma cozinha foi montada no segundo pavimento. Após anos de desuso, o local passou por limpeza.
Em paralelo à organização cotidiana, Cláudia Ávila, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), tem participado de uma série de reuniões com a Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério das Cidades, INSS e Superintendência do Patrimônio da União. A intenção é transformar o prédio, desocupado, em habitação social pelos programas Minha Casa, Minha Vida ou Imóvel da Gente. Cláudia afirma que as reuniões são positivas e que há sensibilidade das autoridades federais com a questão da moradia popular. O MTST acredita que, após obras de adaptação, é possível ter até 240 apartamentos.
Apesar das manifestações favoráveis à habitação social, o INSS informou à coluna que já ingressou com ação de reintegração de posse no Tribunal Regional Federal da 4º Região. O órgão justifica que o edifício tem graves problemas elétricos e hidráulicos e tomou a medida para preservar a segurança das pessoas. No ano passado, o INSS tentou trocar o prédio por outros que atendessem a sua atual necessidade, mas o edital de permuta deu deserto. Em março, o instituto indicou à União que o imóvel pode ser incluído em programa de moradia social, mas o processo ainda está inconcluso. O prédio pertence ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social, que precisa ser indenizado.
O INSS informou que o prédio da sua antiga sede tem valor de R$ 58,8 milhões. São 26 andares, com área total de 22.630 metros quadrados. A estimativa é de que a reforma custe entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.
Convencimento do ex-prefeito
O governador Eduardo Leite irá se reunir nesta semana com Nelson Marchezan para tentar convencê-lo a concorrer novamente à prefeitura de Porto Alegre. É desejo da direção estadual do PSDB ter Marchezan como candidato, mas ele não está decidido. Pesam fatores pessoais e questões práticas da campanha, como recursos, estrutura e alianças. Outros candidatos já estão com o bloco na rua há tempos e alianças costuradas.
Prefeita de Pelotas e presidente estadual do PSDB, Paula Mascarenhas diz que o partido está em processo de sensibilização e convencimento de Marchezan.
Nos bastidores da política, a avaliação geral é de que a eleição em Porto Alegre mudou radicalmente após a enchente. O favoritismo do prefeito Sebastião Melo se esvaiu e há espaço para surpresas, sobretudo para candidaturas de centro.
Ex-goleiro se livra de inquérito
Decisão do ministro Cristiano Zanin, do STF, arquivou o inquérito que investigava a prática de rachadinha no gabinete do deputado federal licenciado Danrlei (PSD). Zanin apontou falta de indícios de autoria. O advogado André Callegari diz que a decisão acaba com “sofrimento”.
Quatro opções para vice de Melo
Presidente do PL da Capital, Tenente-coronel Zucco diz que está mantida a aliança com o prefeito Sebastião Melo. Quatro são cotados para vice: as vereadoras Comandante Nádia e Fernanda Barth e o empresário Claudio Goldsztein. Uma mulher militar também é opção, diz Zucco, sem revelar o nome.
Na palavra
Lideranças do PDT dizem que, em março, Juliana Brizola (PDT) e Thiago Duarte (União) fizeram acordo de que o melhor colocado nas pesquisas seria o candidato dos partidos à prefeitura de Porto Alegre. Como Juliana tem aparecido bem à frente, os pedetistas acreditam que Thiago aceitará compor como vice, formando uma chapa competitiva.