O avanço do Partido Liberal (PL) provocou mais uma baixa no Progressistas (PP) do Rio Grande do Sul: o ex-deputado Sérgio Turra, que na última eleição ficou na primeira suplência entre os candidatos a uma vaga na Câmara, aceitou o convite do ex-presidente Jair Bolsonaro e mudou de lado. A aproximação com Bolsonaro falou mais alto do que a história do pai, Francisco Turra, no PP.
Sérgio foi um dos primeiros políticos do Rio Grande do Sul a trazer Bolsonaro para o Estado, em 2016, quando era apenas um deputado do chamado baixo clero na Câmara. Desde então, os dois criaram uma ligação política e afetiva, citada cada vez que se encontram. A data de filiação ainda não está marcada, mas ficou acertado que a ficha será abonada por Bolsonaro.
Em 2022, Sérgio Turra optou por não disputar a reeleição e concorreu a deputado federal. Mesmo fazendo 90 mil votos, ficou na primeira suplência do PP. Ao trocar de partido, ele sabe que não poderá assumir a cadeira caso abra uma vaga na bancada do PP, já que seu caso é de infidelidade partidária. O próximo suplente da lista é Vilmar Lourenço, que fez 18.836 votos.
Sérgio diz que estava desconfortável com as posições locais e nacionais do PP:
— Não posso aceitar a participação no governo Lula. Também não me sinto confortável em apoiar o governo Leite. No momento em que vivemos, precisamos estar onde haja projeto político e protagonismo. Mas saio com gratidão e sem mágoa. Mudo de partido, mas não mudo de campo político.
Segundo o deputado federal Luciano Zucco, que participou da construção política e de quem Turra ficou amigo no mandato de ambos na Assembleia Legislativa, a chegada do ex-deputado ao PL agrega uma marca ainda mais forte do partido junto ao agronegócio gaúcho. A família Turra tem sólida ligação com o setor e com prefeitos e vereadores do interior do Estado.