O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Com cinco deputados estaduais, a bancada do Republicanos protagonizou um desentendimento público na discussão sobre o projeto que aumenta o ICMS de 17% para 19% no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira (17), ao meio-dia, o deputado Capitão Martim anunciou na Federasul que todos os integrantes do partido votariam contra a proposta enviada pelo governo Leite. Horas mais tarde, o líder da bancada, Delegado Zucco, desmentiu o colega e disse que não há posição fechada em torno do assunto.
Na entrevista coletiva concedida antes de participar da reunião-almoço Tá Na Mesa, Martim relatou que a bancada havia se reunido e fechado posição contrária ao aumento da alíquota.
— Os cinco deputados do Republicanos são contra o aumento de impostos. É uma posição fechada da nossa bancada — afirmou Martim.
O deputado disse que os argumentos apresentados pelo governo para elevar a alíquota "caem por terra" diante da ampliação da receita de ICMS no primeiro trimestre deste ano, ante igual período de 2023.
— Se a gente quer ter maior arrecadação, aumenta a produção, não a alíquota de impostos — emendou.
No final da tarde, o líder da bancada, Delegado Zucco, contestou a afirmação do colega.
Zucco reconhece que a tendência é de rejeição do projeto, mas diz que a bancada ainda não se reuniu para deliberar sobre o assunto:
— Na próxima semana, na reunião da bancada, iremos convidar o presidente do partido para participar e definir uma posição conjunta — disse Zucco.
O presidente do partido ao qual ele se refere é Carlos Gomes, secretário de Habitação do governo Leite. A reunião da bancada será na terça-feira (23).
— Já havíamos avisado ao governo que o assunto é delicado e pedimos que o projeto não fosse apresentado na semana passada, para que fosse amplamente discutido com a base — completou Zucco.
Articulação complexa
Caso confirme a posição contrária ao projeto na semana que vem, o Republicanos deixará ainda mais estreita a margem de manobra do governador Eduardo Leite para aprovar o projeto de lei na Assembleia.
O Palácio Piratini precisa de maioria simples de votos, mas lida com defecções na maior parte dos partidos aliados.
Se todos os 55 deputados estiverem presentes na votação, são necessários ao menos 28 votos favoráveis. A análise da proposta passa a trancar a pauta da Assembleia a partir do dia 14 de maio.