O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em reunião com o presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, deputados da base e da oposição concordaram que um dos principais problemas enfrentados pelo instituto é a falta de servidores para auditar contratos da autarquia, que tem mais de 1 milhão de segurados no Rio Grande do Sul. A solução apontada por aliados e críticos do Palácio Piratini é a reestruturação de carreiras do IPE Saúde.
O encontro com deputados foi articulado pelo líder do governo, Frederico Antunes (PP), que reconhece a necessidade de remodelação administrativa no IPE Saúde. O deputado observa que não adianta fazer concurso para a autarquia se os cargos não forem atrativos.
— Tem que passar por revisão do plano de carreira, tem que fazer chamada para colocar mais quadros no IPE, mas para tudo isso precisa de recursos, que saem do mesmo bolso. O Daer, o Irga, o Detran têm necessidades. Tudo está sendo trabalhado pela secretário do Planejamento, Danielle Calazans — explica Frederico.
Outro ponto discutido pelos deputados é a ameaça de grandes hospitais de suspender atendimentos pelo IPE Saúde, alegando insuficiência de repasses pelo instituto. Nas próximas semanas, Frederico pretende reunir representantes dos hospitais e do próprio IPE Saúde em audiência pública, na Assembleia.
Um dos deputados presentes na reunião de quarta-feira, Pepe Vargas (PT) afirma que a oposição concorda com a direção do IPE Saúde no argumento de que não é possível admitir sobrepreço nos medicamentos como forma de compensar a defasagem da tabela de diárias e serviços.
Pepe alerta que encaminhou pedido de informação ao governo do Estado e recebeu a resposta de que a autarquia perdeu 30 mil segurados até novembro de 2023, depois da reforma que aumentou a contribuição dos servidores. O deputado do PT diz que o temor, a longo prazo, é de que o instituto perca mais segurados nos próximos anos.
— Vamos ter que trazer essas entidades do setor para que apresentem os seus números — avalia Pepe.
De acordo com o governo, parte desses segurados que saíram do instituto são funcionários da Corsan, comprada pela Aegea.