Uma semana depois do temporal que deixou Porto Alegre às escuras é hora de falar sobre como lidar com as árvores que são um dos maiores patrimônios da capital gaúcha. O secretário municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Germano Bremm, concorda que não se pode demonizar as árvores por causa dos conflitos com a rede elétrica.
— As árvores são a solução e não o problema. Agregam valor imensurável para a cidade. As regiões mais valorizadas são as mais arborizadas. De tudo o que se fala em mudança climática, é o que se tem de mais concreto e objetivo para reter o gás carbônico que iria para atmosfera.
Como resolver, então, o "conflito" com a rede elétrica? Por meio da identificação das árvores doentes, que precisam ser suprimidas, ou das que precisam de poda porque estão muito próximas dos fios. Bremm defende as podas, quando necessário, "com o devido rigor técnico".
A prefeitura não tem um inventário das árvores antigas da Capital, que foram as que mais caíram, como jacarandá, canafístula, guapuruvu e sibipiruna. As novas são identificadas com o chip e estão no banco de dados organizado por uma empresa contratada no ano passado.
As que mais crescem ou têm raízes que se espalham, como guapuruvu e figueira, já não são plantadas nas ruas, apenas em parques. Canafístula e sibipiruna também não podem ser plantadas nas calçadas, porque são árvores de grande porte e atrapalham a fiação elétrica. Como muitas vezes o morador planta por iniciativa própria, ainda é possível encontrar espécies que a prefeitura só recomenda plantar em praças e parques, caso dos flamboyants.
Ipês estão liberados
As restrições dos técnicos da prefeitura de Porto Alegre não incluem os ipês, que embelezam a cidade antes do final do inverno. O secretário do Meio Ambiente. Germano Bremm, diz que há ipês de diferentes portes e cada espécie é plantada levando em conta o espaço.
Com os jacarandás a política é de replantar somente em locais que historicamente tenham identificação com essa espécie. É o caso dos bairros Moinhos de Vento e Rio Branco e do Centro Histórico. Os existentes são, em sua maioria, árvores velhas, que quebram com a ventania porque estão doentes e precisariam de alguma intervenção.