Duas palavras resumem a solenidade de posse do novo presidente da Assembleia, Adolfo Brito (PP): emoção e simplicidade. Decano do Legislativo, no oitavo mandato de deputado estadual, Brito chegou à presidência graças ao acordo que prevê o rodízio entre as quatro maiores bancadas. Seguindo a tradição, a chapa eleita em 2023 renunciou para que uma nova pudesse ser eleita.
Por unanimidade (49 votos a favor e nenhum contrário), a chapa encabeçada por Brito foi eleita e empossada minutos depois, na presença do governador Eduardo Leite e do vice, Gabriel Souza, da presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, do chefe do Ministério Público Estadual, Alexandre Saltz, do prefeito Sebastião Melo e de políticos da região de Sobradinho, terra do deputado.
Brito começou o discurso saudando as autoridades e as comitivas que vieram do Vale do Rio Pardo e logo embargou a voz ao falar da família. Foi às lágrimas ao mencionar a infância pobre e, para desespero dos assessores atônitos, deixou de lado o discurso escrito que carregava no bolso e entrou no tema que é prioridade de sua gestão: a irrigação e a reserva de água para enfrentar as estiagens.
À plateia, explicou que tinha um discurso preparado, mas não iria ler porque preferia falar com o coração:
— A irrigação e a reservação de água têm de ser um projeto de Estado e não de governo. Um projeto viável para pequenos, médios e grandes produtores. Precisamos usar os meios de comunicação para convencer os agricultores de que vale a pena. Não quero passar em vão pela presidência.
A seus eleitores, Brito prometeu "trabalho, força e determinação". Citou sua infância difícil, como engraxate, carregador de malas, vendedor de frutas até chegar a radialista, prefeito e deputado.
— Só me arrependo de não ter podido fazer mais pela minha comunidade — disse emocionado.