O drama das vítimas da enchente uniu Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública em uma força-tarefa para ajudar a população afetada. Em reunião nesta quarta-feira (6), na Assembleia Legislativa, os chefes de poder e órgãos autônomos discutiram o que cada um pode fazer para auxiliar. Com a concordância dos demais integrantes da Mesa Diretora, o presidente da Assembleia, Vilmar Zanchin, anunciou o repasse de R$ 20 milhões do orçamento do Legislativo.
A presidente do Tribunal de Justiça, Iris Helena Medeiros Nogueira, informou que o Judiciário vai entrar com R$ 5 milhões. Sem informar qual será o valor repassado, o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, garantiu que também vai repassar recursos e indicou como fonte o Fundo dos Bens Lesados. Os demais órgãos não disseram com quanto pretendem contribuir.
Zanchin fez um relato do que viu em Roca Sales pela manhã:
— Nunca vi algo na minha vida como aquilo que nós presenciamos hoje pela manhã. Roca Sales foi completamente destruída e sei que a cidade de Muçum também tem enormes problemas ao ponto de não podermos chegar até o centro da cidade. Não tem um estabelecimento comercial nas ruas centrais que não tenha sofrido danos com perda total. E as pessoas andam pela rua até sem saber o que fazer e pedindo por favor para que fosse conseguido água para beber, comida, porque perderam tudo.
A desembargadora Iris Helena prometeu apoio:
— O Judiciário gaúcho está aqui. Contem conosco para o que estiver ao nosso alcance. Estamos solidários, acompanhamos esse momento com muito pesar com todos que se foram, pelas famílias. Juntos nós vamos superar todas as dificuldades. O importante é saber que nós nos unimos para encontrar as soluções, e elas são urgentes.
Saltz lamentou a tragédia:
— Quero manifestar sentimento de pesar profundo por essa desgraça climática que assola o nosso Estado, e isso nos parece um sinal bem evidente de que o Estado precisa se preparar para esses eventos que vão ser mais presentes, vão continuar acontecendo.
O presidente do Tribunal de Contas, Alexandre Postal, que é de Guaporé, cidade vizinha aos municípios afetados, contou:
— A minha cidade de Guaporé não foi alagada, o rio fica embaixo. Mas desde segunda-feira não tem água, porque a estação fica no Carreiro. E temos uma situação gravíssima, que interrompe a ligação com a Serra. A ponte de Santa Bárbara, na RS-431, é a ligação e ruiu. Todas as casas da margem ruíram. É um momento de muito sofrimento.
Depois da reunião, da qual participou o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, todos os participantes cruzaram a Rua Duque de Caxias e foram ao Palácio Piratini se encontrar com o governador Eduardo Leite, que passou o dia todo na região do desastre.