Em nome dela, a senhora governabilidade, o presidente Lula anunciou a criação de mais um ministério, o da Pequena e Média Empresa. Repetiu o que Dilma Rousseff fizera em março de 2013, quando criou o Ministério da Micro e Pequena e Empresa. A diferença? Lula está criando o 38º ministério. Quando Dilma anunciou Guilherme Afif Domingos nessa pasta, era a 39ª, um recorde absoluto. Nos dois casos, ministérios de aluguel, para ampliar o apoio no Congresso.
Seria impreciso dizer que Lula criou mais um ministério para acomodar o centrão. Porque o centrão já está no governo desde o início. Lula criou essa pasta a partir de uma costela do Ministério da Indústria e Comércio, comandado sem queixas e sem escândalos pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Como é do seu feitio, o pacífico Alckmin assimilou a desidratação de uma sua pasta como uma contribuição à governabilidade. Poderia ter perdido tudo, mas Lula não quis comprar briga com os grandes empresários, com quem Alckmin cultiva excelentes relações. Criou um ministério para acomodar mais gente no primeiro escalão e, assim, ampliar os votos no Congresso.
Pequenas e médias empresas precisam de um ministério para chamar de seu? Decerto que não. O que precisam é de políticas que estimulem a competitividade, reduzam a burocracia e estimulem o crescimento. Quem precisa de ministério são os políticos, seja por vaidade, pela necessidade de acomodar apadrinhados ou simplesmente para abrir vaga a um suplente.
Lula tem tantos ministros que é difícil decorar seus nomes e praticamente impossível indicar três coisas que cada um tenha feito.