Com a saída de Fernando Lemos para assumir a presidência do Banrisul, a OAB-RS abriu inscrições para os advogados interessados em ocupar a vaga de desembargador do Tribunal de Justiça Militar. Formalmente, nenhum advogado se inscreveu para disputar um lugar na lista sêxtupla que será encaminhada ao TJM para que escolha três, mas dois candidatos estão no páreo: a advogada Simone Camargo Padilha e o secretário licenciado do Turismo, Vilson Covatti.
A primeira a confirmar que vai disputar a vaga foi Simone, que tem 24 anos de advocacia, está terminando o doutorado e espera ser a primeira mulher a ocupar uma vaga de desembargadora no TJM. À coluna ela explicou seus motivos:
— São 215 anos de Justiça Militar e nunca uma advogada foi escolhida para essa vaga. Estou dispostíssima a tentar ser a primeira. Minha filha me disse: “Uma mulher não desiste nunca”. Por ela, por mim e pelo meu amado marido, irei lutar por essa vaga.
A filha é Elena, 10 anos, e o marido o ex-deputado e ex-ministro Eliseu Padilha, que morreu em março deste ano. Os dois foram casados por 17 anos. Pouco antes de morrer, Padilha pediu a Simone que usasse seu sobrenome. Ela, que até então se identificava como Simone Camargo, recorreu à Justiça para retificar o nome e incorporou Padilha ao sobrenome.
O segundo provável candidato é o ex-deputado Vilson Covatti, hoje secretário de Turismo. Covatti pediu licença para tratar de assuntos particulares. Além de tirar alguns dias de férias para viajar com a esposa, a deputada Silvana Covatti, está usando a folga para preparar a documentação exigida pela OAB para a inscrição. Só depois que os documentos tiverem sido aceitos é que Covatti vai se considerar candidato e pedir votos aos 65 conselheiros da OAB que escolherão, depois de analisar o currículo de entrevistar os candidatos, os seis que integrarão a lista sêxtupla.
Apesar de ainda não ter formalizado a inscrição, Covatti diz que se sente apto a disputar a vaga:
— Minha condição de ex-deputado não me impede e pode até ser um diferencial, porque na Assembleia a gente aprende a arte da conciliação. Tenho 40 anos de advocacia e entendo que posso contribuir para uma sociedade melhor.
O advogado Milton Cava, que havia manifestado interesse, em entrar na disputa, desistiu. Por ser advogado eleitoral há muitos anos, entendeu que não preenchia os requisitos do edital.