A imagem de comemoração com o resultado da votação da reforma tributária é da noite de quinta-feira (6), quando a proposta recebeu 382 votos favoráveis e 118 contrários no primeiro turno. No segundo turno, foram 375 a favor e 113 contra, um placar folgado, já que eram necessários 308 votos.
No centro estão três personagens fundamentais para a aprovação da PEC: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), além de outros personagens de diferentes partidos, como os gaúchos Maria do Rosário (PT) e Pompeo de Mattos (PDT).
Faltam na foto da comemoração o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o principal articulador no time do governo, o secretário Bernard Appy, autor das linhas gerais da emenda, e o presidente Lula, que bancou as negociações e colheu a maior vitória de seu governo até aqui. Os três não estão na foto por motivos óbvios: na Câmara, os protagonistas são os deputados. Isso não significa que os três estejam menos satisfeitos com o resultado que só foi obtido porque houve diálogo.
Haddad deixou os holofotes para Lira, e comemorou discretamente no Twitter:
"Depois de décadas, aprovamos uma Reforma Tributária. Democraticamente. Parecia impossível. Valeu lutar!", escreveu.
ALIÁS
A lista de como votaram os deputados gaúchos é curiosa. Parlamentares que em público sempre defenderam a reforma tributária votaram contra para não dar uma vitória ao governo Lula, no espírito "quanto pior melhor", que no passado pautava as ações do PT oposicionista, que votou até contra o Plano Real.
Segunda vitória
Mais surpreendente do que a aprovação da reforma tributária na Câmara foi a vitória do governo no projeto que trata do Carf. A proposta prevê que em caso de empate numa demanda entre contribuinte e governo, a vitória será do fisco. Os empresários queriam que, na dúvida, o réu fosse beneficiado.
Como assim, prefeito?
Derrotado na Câmara, o prefeito Sebastião Melo (MDB) não se rende.
"Vamos trabalhar no Senado para preservar a autonomia dos municípios na reforma tributária. O conteúdo aprovado na Câmara beneficia banqueiros e prejudica os mais pobres e as cidades. Faltou transparência, o que é inaceitável diante de uma transformação tão importante para o país", escreveu Melo no Twitter.
Aviões e iates
Finalmente, donos de iates, lanchas e jatinhos vão pagar IPVA. Os deputados entenderam que veículo automotor não é só o que trafega nas estradas esburacadas do país.