O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Em Porto Alegre para passar o final de semana com a família, o ex-ministro Carlos Marun visitou nesta segunda-feira (10) o governador em exercício Gabriel Souza, que comanda o executivo estadual nesta semana, durante a viagem de Eduardo Leite aos Estados Unidos. Na visita de cortesia, Marun e Gabriel conversaram sobre o cenário político no Rio Grande do Sul, a participação do MDB nas próximas eleições e os rumos do país após seis meses sob governo Lula.
Um dos mais fiéis escudeiros de Michel Temer até o último dia de governo, Marun avalia que Lula "começou mal, raivoso e falando coisas indevidas", mas melhorou nos últimos meses. O ex-ministro é contrário à participação do MDB no governo, a exemplo de Temer, mas diz que também não se opõe aos que ocupam cargos na estrutura federal. O emedebista celebra a aprovação da reforma tributária.
— A questão do (Nicolás) Maduro é um problema. Ele não consegue encontrar um bom discurso. Se recusa a fazer uma crítica a regimes que merecem ser criticados. Mas eu vejo ele evoluindo. Parou de chamar o presidente Temer de golpista. Ele está corrigindo, (criando) um ambiente mais ameno. O presidente Bolsonaro não conseguiu aprender isso. Eu estava com medo de que o Lula também não aprendesse — considera Marun.
Na conversa, Marun e Gabriel lembraram da atuação do ex-ministro Eliseu Padilha, amigo de ambos. Falecido em março, Padilha comandou a Casa Civil pós-impeachment de 2016 e era o responsável direto pela articulação política de Temer, ao lado do próprio Marun.
— Não se via um atrito entre eu e o Padilha. Em muitos aspectos, ele foi um professor para mim.
Sem mandato desde 2018, Marun segue atento ao cenário político nacional e local. Atualmente, o ex-ministro vive entre Porto Alegre, Campo Grande e Brasília, exercendo a advocacia e a militância não-remunerada no MDB.
Marun se apressa em dizer que é "gaúcho de nascimento, mas político do Mato Grosso do Sul" para ressaltar que não interfere nas decisões do partido no Rio Grande do Sul, mas faz previsões positivas para a legenda:
— Eu vejo muita tranquilidade para o MDB no Rio Grande do Sul. Temos candidato natural a prefeito, que é o Sebastião Melo, e temos candidato natural a governador, que é o Gabriel.