O protesto dos músicos da Ospa, que ameaçavam suspender o concerto Pink Floyd Sinfônico, com sessões previstas para sábado (20) e domingo (21), funcionou: a Casa Civil se comprometeu a mandar para a Assembleia o projeto que aumentará a verba de manutenção, congelada em R$ 1,2 mil desde 2012. Essa verba é usada para a compra e manutenção de instrumentos (cada músico tem o seu) e aquisição de roupas para as apresentações.
O desfecho favorável pode ser explicado pela preocupação do governo em manter os concertos, cujos ingressos estão esgotados, e não passar vergonha diante do público.
Na quarta-feira (17), um grupo de músicos levou os instrumentos para a frente do Palácio Piratini e tocou algumas músicas. A ideia era repetir o protesto sinfônico na manhã desta sexta-feira (19), mas um telefonema do chefe de gabinete da Casa Civil, Jonatan Bonstrup, para o presidente da Associação dos Funcionários da Ospa, Rafael Figueiredo, acalmou os ânimos. Foi Jonatas que recebeu os músicos na quarta-feira, quando tentaram, sem sucesso, uma audiência com o secretário Artur Lemos.
A insatisfação dos músicos não é apenas com a verba de manutenção, mas com os salários e com o fato de a Ospa estar com uma interina na presidência desde outubro do ano passado, quando Luis Roberto Ponte pediu para sair do cargo.
Das grandes orquestras do Brasil, a Ospa é a que paga os menores salários para os músicos. Por causa dos salários, cinco músicos pediram demissão nos últimos meses. Compare os valores:
- Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - R$ 18.956,00
- Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo - R$ 14.450,00
- Orquestra Sinfônica Brasileira - R$ 11.290,00
- Orquestra Sinfônica de Brasília - R$ 10.320,00
- Orquestra Filarmônica de Minas Gerais - R$ - 10.322,00
- Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas - R$ 8.820,00
- Orquestra de Câmara do Amazonas - R$ 8.543,00
- Orquestra Sinfônica de Porto Alegre - R$ 6.290,00