Professor com larga experiência em sala de aula, o deputado Issur Koch (PP) vai na contramão dos colegas que pensam em resolver o problema da violência nas escolas apenas reforçando a segurança com policiais ou guardas armados. Issur propõe atenção à saúde mental dos alunos, mas tem a sensação de estar pregando no deserto, já que esse ponto tem passado à margem dos debates na Assembleia.
— É assustador o número de alunos com problemas mentais ou com problemas de comportamento violento e que não fazem tratamento, muitas vezes porque os pais têm preconceito — diz o deputado, preocupado também com o elevado número de casos de automutilação, suicídio e depressão.
Quando ainda atuava em sala de aula, Issur chamou a mãe de um aluno com comportamento violento para conversar. Sugeriu que ela procurasse atendimento psicológico para o filho e mãe reagiu:
— O senhor está querendo dizer que meu filho é louco?
Issur acredita que o problema dos ataques em escolas pode ser evitado se forem criados programas consistentes de proteção à saúde mental. Até o fim de abril ele vai se encontrar com o governador Eduardo Leite para apresentar sua sugestão de criação de um plano estadual de abordagem da saúde mental nas escolas.
— Temos que atacar a raiz do problema e não agir apenas nas consequências — sugere.
A preocupação com a saúde mental dos estudantes não é de hoje. Em 2019, o deputado elaborou sua primeira cartilha sobre o assunto e distribuiu nas escolas em que conseguiu entregar. Em 2021, lançou a segunda edição, já abordando os problemas da pandemia, e em 2022, a terceira.
Com o título “Saúde mental: precisamos falar sobre isso”, a primeira edição da cartilha começava dizendo: “Este material foi desenvolvido para alertar, instruir e informar professores, estudantes e pais sobre este importante tema. A saúde mental precisa de mais atenção”.
Além de apresentar dados sobre a saúde mental de alunos e professores, sempre indicando as fontes, as duas edições da cartilha de Issur fornecem informações básicas sobre como lidar com temas como a depressão, o estresse e o bullying e indicam como buscar ajuda.