Os deputados que queriam confrontar o governo do Estado a respeito da possibilidade da cobrança de pedágio na RS-118 saíram frustrados da audiência pública promovida pela Comissão de Economia da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (20). Como representantes do Piratini, foram designados o secretário-adjunto de Parcerias, Gabriel Fajardo, e o diretor-adjunto da pasta, Luiz Napoleão Zettermann.
De perfil técnico, Fajardo fez uma defesa conceitual das concessões rodoviárias, mas passou à margem das cobranças dos parlamentares, que queriam explicações sobre a decisão política de voltar a avaliar s cobrança de pedágio na rodovia. A reação se potencializou porque, na campanha eleitoral, o governador Eduardo Leite assinou um documento se comprometendo a não implementar a cobrança.
De acordo com o proponente da audiência, deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), o convite foi direcionado aos secretários de Parcerias, Pedro Capeluppi, e dos Transportes, Juvir Costella.
— O governo não quer fazer o enfrentamento da justificativa política de sua quebra de palavra e encaminha seus representantes técnicos, que conhecem tecnicamente o assunto, mas se envolvem com ele por uma decisão política de seus superiores — cobrou o deputado.
Sem enfrentamentos, a audiência teve pronunciamentos de deputados de esquerda e direita, empresários e vereadores contrários ao pedágio. Ao final da reunião, Lorenzoni sugeriu que a comissão solicite audiência diretamente com o governador para tratar do assunto.
Na Assembleia, a rejeição ao pedágio é ampla. Dos 55 deputados, 50 já assinaram manifesto contrário à cobrança, elaborado pelo Movimento RS-118 Sem Pedágio.
Pedido de explicações
O deputado estadual Miguel Rossetto (PT) protocolou requerimento na Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado da Assembleia para ouvir o ex-presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), Luiz Afonso Senna. Rossetto quer explicações sobre as razões que o levaram a pedir exoneração, na terça-feira (18).
Na carta de demissão enviada ao governador Eduardo Leite, e aos secretários da Casa Civil, Artur Lemos, e de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, Senna faz críticas ao governo estadual e aponta que “está em andamento um dos ataques mais mortais já desferidos” à agência reguladora.
Nesta quinta, o governador admitiu que a Agergs passa por dificuldades e prometeu investir na recuperação do órgão.