O reajuste de 9% para os servidores do Executivo federal, acertado entre o governo e os sindicatos, está longe do que receberam, por exemplo, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nestes anos de salários congelados, mas repõe parte do que foi perdido com a inflação. A última negociação é de 2016 e resultou em reajustes escalonados até 2019. De lá para cá, nem um centavo de correção.
O acordo também eleva em R$ 200 o valor do auxílio-alimentação, que passa de R$ 458 para R$ 658 mensais, bem abaixo do que pagam os outros poderes.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck (foto), comemorou o desfecho da negociação e disse que foi "a mais célere do serviço público, realizada por meio de uma mesa emergencial com os servidores". Esther espera que os dois projetos de lei sejam aprovados pelo Legislativo ainda em abril, para que o pagamento possa ser feito em maio.
Nos quatro anos de governo, o presidente Jair Bolsonaro autorizou novos reajustes apenas para os militares, por meio da reestruturação de carreiras, mas os civis ficaram a ver navios.
O índice de 9% é metade do que foi aprovado no final de 2022 para o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que serve de base para o reajuste de toda a magistratura, do Ministério Público, dos tribunais de contas e defensorias públicas.
Os 18% serão pagos em parcelas, elevando a remuneração dos ministros do STF de R$ 39,3 mil para R$ 41,6 mil a partir de 1º de abril de 2023. Em 1º de fevereiro de 2024 sobe para R$ 44 mil e vai a 46,3mil a partir de 1º de fevereiro de 2025.
Os ministros e os membros das carreiras jurídicas já haviam recebido 16,38% por lei sancionada pelo então presidente Michel Temer em novembro de 2018.