O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Os professores da rede estadual terão o ponto cortado pelo governo do Estado caso decidam entrar em greve para pleitear melhoria na proposta de reajuste salarial oferecida pelo Palácio Piratini. O recado foi dado nesta quarta-feira (8) pelo governador Eduardo Leite, em entrevista coletiva concedida antes de participar da reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul.
O projeto enviado pelo Palácio Piratini à Assembleia prevê reajuste de 9,45% no subsídio, suficiente para fazer frente ao novo piso nacional do magistério. Em assembleia geral, o Cpers-Sindicato rejeitou a proposta e defendeu um reajuste de 14,95% para todos os professores, aposentados e trabalhadores de escolas.
— Minha disposição não é de fazer composição sobre dias parados. Dia parado é perdido, não trabalhado, e vamos fazer o corte do ponto dos trabalhadores que não estiverem trabalhando. Respeito o direito de ganhar mais, mas preciso garantir o serviço prestado, que são as escolas abertas para nossas crianças e jovens — disse o governador.
Leite lembrou ainda que a negociação para a compensação dos dias parados na greve ocorrida entre o fim de 2019 e o começo de 2020 durou três anos. O acordo foi assinado pelo estado apenas em outubro de 2022.
O governador afirmou que gostaria de conceder um reajuste maior, mas frisou que a situação fiscal do Estado limita a correção:
— Adoraria dar um reajuste ainda maior para que pudéssemos ter um salário com possibilidade de atração de ainda mais pessoas para a carreira do magistério, mas temos de lidar com a realidade financeira que temos.
No momento, a principal preocupação do governador é com a queda na receita provocada pelo corte de ICMS aprovado no Congresso. Leite e outros governadores pleiteiam a recomposição das perdas junto à União.
Mês que vem
Na entrevista coletiva, Leite também projetou que a proposta de reestruturação do IPE Saúde será encaminhada à Assembleia em abril. Um dos pontos avaliados pelo governo é criar uma contribuição para dependentes de servidores cobertos pelo plano, que hoje não pagam.