Marcada para as 9h30min desta sexta-feira (27), a reunião dos governadores com o presidente Lula foi precedida de um encontro dos gestores estaduais, no qual ficou evidente uma divisão entre eles. Primeiro a falar, o gaúcho Eduardo Leite defendeu a união dos governadores para cobrar do governo federal a compensação das perdas com a redução do ICMS da gasolina e da energia elétrica, prometida ainda na gestão de Jair Bolsonaro.
Leite teve o apoio de governadores de outros Estados com perda significativa de arrecadação, caso de Tarcísio Gomes de Freitas, de São Paulo. Governadores do Norte e do Nordeste abriram uma divergência e defenderam a pauta proposta por Lula, de elencar as obras federais prioritárias em seus Estados.
Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, chegou a dizer que ficaria mal chegar para a reunião com uma proposta diferente da de Lula. Outros governadores aliados do governo federal sugeriram que a compensação seja discutida na reforma tributária. Leite contestou afirmando que a reforma tributária zera tudo e que é preciso implementar imediatamente a portaria do Ministério da Economia, que prevê a compensação das perdas de 2022 com a redução das alíquotas de ICMS.
Leite argumentou que o pacto federativo foi violado por decisões tomadas pela União em detrimento das finanças dos Estados. Disse que as obras são importantes, mas que a prioridade neste momento deve ser o restabelecimento do caixa dos governos estaduais:
— Todos nós queremos fazer obras e sabemos que elas são importantes. Mas não podemos direcionar o nosso foco para isso e dispersar a atenção, que deve ser dirigida para a recomposição das perdas bilionárias de arrecadação que os Estados estão sofrendo. O governo federal precisa entender a gravidade desse momento.