O discurso de posse do governador reeleito, Eduardo Leite, foi uma atualização dos compromissos firmados em 2019, com breve prestação de contas sobre o realizou no primeiro mandato. Leite disse que não desistiu do sonho de fazer do Rio Grande do Sul o melhor Estado para se viver e repetiu a expressão "novo futuro", utilizada há quatro anos.
Para reforçar o compromisso com esse novo futuro, Leite releu um trecho do discurso de 2019:
— Nós queremos e vamos romper com velhos modelos, porque esse novo momento exige também novas formas de fazer, de construir e de unir. Ou damos posse a esse novo futuro ou só nos restarão a glória de um passado bonito e honroso, mas que não volta mais. Não podemos mais ficar parados no tempo, porque, meus amigos, nós nem sequer temos mais tempo. Precisamos compreender que quando os tempos mudam, nós também precisamos mudar. Por isso, senhoras e senhores, eu acredito que é a hora de uma nova equação política no Rio Grande do Sul. Uma equação política que gira em torno do progresso e do bem comum, a que busca por ação transformadora, a que se pauta pelo resultado e não pelo processo.
Leite citou cinco prioridades que servirão de baliza para este segundo mandato: melhorar a qualidade da educação e do aprendizado para nivelar as crianças das escolas públicas às de instituições privadas; fazer com que o Rio Grande do Sul se consolide como polo nacional de atendimento qualificado em saúde; combater a pobreza, em especial a pobreza infantil; fortalecer o agronegócio e a agricultura familiar com um programa robusto de irrigação; e apostar na inovação como caminho para o crescimento, fomentando a transição energética para um modelo sustentável.
— Vamos alinhar o Rio Grande do Sul ao que buscam os jovens. Um Estado vibrante, que estimula a criatividade, que acolhe a diversidade, fomenta novas tecnologias e empreendedorismo.
O governador aproveitou para render homenagem e se solidarizar com as famílias dos 40 mil mortos pela covid-19 no Estado. Disse que boa parte dessas mortes poderia ter sido evitada se não fosse o negacionismo e a desinformação.
O discurso também pode ser definido com uma declaração de princípios e um olhar para 2026. Leite fez a apologia da política pacificadora, com diálogo e sem ódio. Afirmou que seu governo quer ser a "evolução da evolução":
— Eu sinalizo o futuro com o desejo de fazer política a partir de princípios sólidos. Tenho 21 anos no PSDB. Vencemos uma eleição acirrada, driblando a polarização. Nossa vitória sinalizou a viabilidade de um centro democrático com tolerância, respeito e responsabilidade administrativa.
Menção especial ao companheiro
Em um Estado considerado machista e preconceituoso, a posse de Eduardo Leite teve um sopro de modernidade e respeito à diversidade. O governador reeleito chegou à Assembleia acompanhado do namorado, o médico capixaba Thalis Bolzan, que durante a cerimônia de posse ficou sentado na primeira fileira, ao lado dos pais do governador e da esposa do vice, Gabriel Souza, Talise Tiecher, e da filhinha do casal, Dora.
Na Assembleia, Leite apenas mencionou o companheiro. Mais tarde, no discurso no Palácio Piratini, fez uma declaração de amor e alfinetou seu adversário, Onyx Lorenzoni, que na campanha fez manifestações homofóbicas.
— Se nós acreditamos efetivamente no amor, como acreditamos, ele não pode ser seletivo, mas sim a cada uma das pessoas, como o próprio Deus ensinou. E por isso é com muita alegria que estou aqui ao lado do Thalis, o meu amor.