No primeiro discurso como governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite teceu cinco prioridades para o segundo mandato, inaugurado neste domingo (1º): educação, saúde, combate à pobreza, agricultura e inovação.
Leite tomou posse pela manhã, em cerimônia realizada na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. O primeiro governador reeleito desde a redemocratização assinou o termo de posse precisamente às 10h26min, logo após fazer o juramento constitucional:
— Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis e participar o bem comum dos rio-grandenses.
Os mesmos procedimentos foram repetidos pelo vice, Gabriel Souza.
Diante de autoridades municipais, estaduais e federais, dos presidente dos demais poderes do Estado, de políticos e familiares, Leite discursou por 36 minutos. No início do pronunciamento, fez um balanço do primeiro governo e projetou o segundo mandato.
— Estamos dando posse a um novo futuro — exaltou. — Não foi fácil fazer o que fizemos, mas foi necessário, e o tempo mostrará que foi acertado — completou.
Leite celebrou o apoio que teve dos deputados para conduzir as reformas estruturais que permitiram o ajuste das contas públicas, destacou o pagamento de dívidas históricas, a equalização da dívida com a União por meio do Regime de Recuperação Fiscal e os investimentos de R$ 6 bilhões no programa Avançar.
Interrompido quatro vezes por aplausos, Leite lembrou que as conquistas ocorreram num período em que o Estado enfrentou duas estiagens e uma pandemia global. Todavia, afirmou que a primazia de ser o único governador reeleito por sufrágio universal o coloca diante de novos desafios.
— Não há tempo a perder com comemorações. Montamos um secretariado qualificado técnica e politicamente. Vamos acelerar o passo, aproveitando as lições e os avanços dos últimos anos — afirmou.
Na sequência, lembrou a promessa de campanha de colocar como prioridade absoluta do segundo mandato a melhoria dos índices da educação.
— Nós arrumamos as contas, estamos arrumando o governo e vamos arrumar as escolas — assegurou.
Leite repetiu o compromisso com a responsabilidade fiscal, agradeceu ao governador Ranolfo Vieira Júnior, seu ex-vice, elogiou o atual, Gabriel Souza, e fez uma defesa do diálogo e do respeito como instrumento essencial ante uma "guerra política que anestesia o Brasil e distrai a máquina pública dos seus verdadeiros problemas".
— A democracia está ameaçada por inimigos da vontade popular — alertou, completando que terá uma relação de grandeza cívica com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Pouco antes, o presidente da Assembleia, Valdeci de Oliveira, também havia feito uma elegia à democracia, ao sistema eleitoral brasileiro e ao convívio pacífico entre antagonistas políticos.
— O evento que realizamos hoje enaltece, revigora e consolida o republicanismo, a civilidade e o respeito à democracia. Hoje estamos promovendo a celebração da liberdade, do reconhecimento mútuo, do entendimento de que o oponente não é um inimigo a ser debelado — afirmou Valdeci, ressaltando a honra e o orgulho em ter dado posse ao primeiro governador reeleito do Estado.
Os convidados não chegaram a lotar as galerias da Assembleia, tampouco o plenário. Outras 30 pessoas assistiram à cerimônia por telões instalados no auditório Dante Barone.
A maioria das bancadas de oposição não compareceu à solenidade. Dos nove deputados do PT, apenas três compareceram: Sofia Cavedon, Pepe Vargas e Stela Freitas, além, claro, de Valdeci.