Apesar de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ter retardado o anúncio de novos blocos de ministros, esperando pela aprovação da PEC da Transição, dois nomes do Rio Grande do Sul estão cada vez mais próximos de serem confirmados no primeiro escalão: o deputado federal Paulo Pimenta e o deputado estadual Edegar Pretto, que concorreu a governador em ficou em terceiro lugar no primeiro turno. Pimenta deverá ser o ministro das Comunicações. Pretto, do Desenvolvimento Agrário.
Presidente estadual do PT, Pimenta é um dos gaúchos mais próximos de Lula. Recentemente, ganhou do presidente eleito a tarefa de fazer a interlocução com o empresariado gaúcho, que foi majoritariamente alinhado com Jair Bolsonaro na eleição. Pimenta teve, por exemplo, uma conversa que define como “produtiva” com o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, e com empresários que não ocupam cargos em entidades.
Terceiro deputado mais votado do Rio Grande do Sul na eleição de outubro, Pimenta fez 223.109 votos. Caso seja confirmado como ministro, sua vaga na Câmara será ocupada pela primeira suplente, Reginete Bispo, que fez apenas 19.728 votos. Reginete tem uma situação curiosa: ela também é suplente na Câmara de Porto Alegre e, portanto, herdeira da vaga de Leonel Radde, que se elegeu deputado estadual.
Pretto, que teve o aval de Lula para ser candidato a governador e, por pouco, não tirou Eduardo Leite (PSDB) do segundo turno, é cotado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas garante que ainda não recebeu convite. O deputado está em Brasília desde segunda-feira (12), mantendo contatos com líderes políticos, especialmente sobre o tema da reforma agrária.
Filho do falecido Adão Pretto, primeiro líder do MST a se eleger deputado estadual, Edegar ficará sem mandato a partir de 1º de fevereiro. Na Assembleia, foi um dos principais defensores da agricultura familiar.
Outro gaúcho, o ex-governador Germano Rigotto (MDB) chegou a ser cotado para o ministério, quando Lula o convidou para integrar o grupo de transição. A expectativa de que viesse a ser confirmado no Ministério da Indústria e Comércio ruiu com o convite feito por Lula ao empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José de Alencar, companheiro de chapa e conselheiro do presidente nos dois primeiros mandatos.