O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O prefeito de Miraguaí, Valdelírio Pretto da Silva (PT), teve o mandato cassado nesta quinta-feira (24) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS). No mesmo processo, também perdeu o cargo o vice-prefeito do município Leonir Hartk (PP). Com a decisão, o presidente da Câmara de Vereadores assumirá a prefeitura da cidade, que fica na região noroeste do Estado, até a realização de novas eleições.
Pretto e Hartk foram acusados de compra de votos na eleição de 2020. Eles haviam sido absolvidos em primeira instância, mas o Ministério Público Eleitoral e partidos adversários recorreram ao TRE. No julgamento, os desembargadores eleitorais rejeitaram o pedido das siglas partidárias, mas acolheram parcialmente o recurso do MPE.
Relator do caso, o desembargador eleitoral Gerson Fischmann citou diálogos extraídos de celulares que comprovariam a compra votos em favor do prefeito cassado.
— Há provas seguras e incontroversas relativas à captação ilícita de sufrágio — disse o desembargador, durante a leitura do voto.
O entendimento foi acompanhado pelos demais membros da Corte, à exceção do desembargador Caetano Cuervo Lo Pumo, que votou pela improcedência integral da representação.
Além de ter o mandato cassado, Pretto foi multado em R$ 3.192,30. A defesa do prefeito cassado pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conhecido como Pretinho, Valdelírio Pretto é primo do deputado estadual Edegar Pretto, que concorreu a governador pelo PT neste ano.