Desde que anunciou o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) virou a principal estrela da campanha, ofuscando a esposa do candidato, Janja, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Com a tranquilidade de quem não tem telhado de vidro e com a boa capacidade de comunicação, demonstrada no primeiro turno, Tebet tem se destacado nos comícios e encontros com políticos.
Logo após comunicar o apoio a Lula, a senadora sugeriu à campanha do ex-presidente que adotasse a cor branca para tentar conquistar os indecisos, recomendação que vem sendo acolhida em algumas agendas. Na segunda-feira (24), por exemplo, o petista e Tebet vestiram branco durante um ato em defesa da democracia, em São Paulo (foto).
Como Lula disse que se for eleito não será candidato à reeleição e Jair Bolsonaro, caso se eleja, não poderá disputar um terceiro mandato, é natural que Tebet seja considerada a primeira a se credenciar como pré-candidata à eleição de 2026. Tudo vai depender do papel político que ela ocupar nos próximos três anos.
Se Lula vencer a eleição, terá de creditar parte dos votos decisivos ao empenho de Tebet que, ao contrário de Ciro Gomes, arregaçou as mangas e foi para o palanque.
Pode parecer prematuro falar de 2026 antes de encerrado o processo eleitoral de 2022, mas eleição é assim mesmo: não se faz um candidato do zero. Há uma evidente mudança geracional no país e o esgotamento de líderes que protagonizaram os últimos confrontos.
O MDB não tem outro nome que rivalize com o de Tebet, nem entre os governadores. O PT depende do resultado de São Paulo. O PSDB terá de se reinventar. A direita, claro, terá o seu, mas o campo da senadora é outro.