O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Donos das duas campanhas mais ricas desde o primeiro turno, os candidatos Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) chegam à reta final da corrida ao Piratini com volumes semelhantes de recursos recebidos de seus partidos e de pessoas físicas. Em valores totais, Onyx recebeu mais: R$ 14,5 milhões. Leite, por sua vez, declarou ter recebido R$ 12,8 milhões.
Quando se considera apenas o dinheiro público utilizado pelas campanhas, com recursos originários dos fundos eleitoral e partidário, os candidatos receberam valores quase idênticos. Na conta de Onyx entraram R$ 11,5 milhões do PL. Leite recebeu R$ 11,3 milhões do PSDB e do MDB, partido do vice Gabriel Souza.
A diferença entre os candidatos se torna maior nas doações de pessoas físicas. Onyx recebeu R$ 2,7 milhões. Seus maiores doadores são:
- Susana Stapelbroek Trennepohl (R$ 500 mil), vice-presidente executiva da Stara;
- Gilson Lari Trennepohl (R$ 300 mil), presidente da Stara;
- Pedro Grendene Bartelle (R$ 300 mil), fundador da Grendene;
- Salim Mattar (R$ 200 mil), dono da Localiza.
Leite R$ 1,5 milhão em doações de pessoas físicas. Os seus maiores doadores são:
- Henrique Adelino Deboni (R$ 100 mil), presidente da Verdi Sistemas Construtivos e Siscobras;
- William Ling (R$ 100 mil), membro do Comitê Executivo da Évora;
- Wilson Ling (R$ 100 mil), da Évora;
- Eduardo Define (R$ 50 mil).
Confira, abaixo, as principais despesas contratadas pelos candidatos:
Onyx
Dos R$ 14,5 milhões recebidos em sua conta, Onyx declara já ter contratado R$ 13 milhões em despesas.
A principal rubrica de gastos do candidato do PL é referente à produção de programas de rádio e TV para o horário eleitoral: R$ 4,5 milhões ou um terço do total. Em seguida, aparecem a publicidade por materiais impressos (R$ 1,8 milhão) e atividades de militância e mobilização (R$ 1,2 milhão).
Maiores gastos contratados em ordem decrescente:
1 - A empresa Drops Comunicacao Audiovisual LTDA recebeu R$ 3,4 milhões para produzir conteúdo da campanha para rádio e TV.
2 - A Print Press Formularios LTDA recebeu R$ 2,1 milhões da campanha para produzir adesivos e cartões. Neste caso, o dinheiro também foi utilizado para custear campanhas de candidatos da eleição proporcional como Marcelo Moraes (PL) e Sanderson (PL), reeleitos na Câmara dos Deputados, e Paula Cassol (PL), suplente de deputada federal.
3 - A Akm Servicos de Limpeza e Construcao Civil LTDA levou R$ 871,3 mil para prestar serviço relacionado a "atividades de militância e mobilização de rua".
Leite
Dos R$ 12,8 milhões em conta, Leite declara ter contratado R$ 7,8 milhões em despesas de campanha.
A principal rubrica de gastos de Leite é relacionada à produção de programas de rádio e TV para o horário eleitoral: R$ 2,6 milhões. Com publicidade por materiais impressos foram gastos R$ 2,5 milhões. A terceira rubrica é "serviços prestados por terceiros" com gasto de R$ 1,1 milhão.
Maiores gastos contratados em ordem decrescente:
1 - A empresa Noschang Artes Graficas LTDA recebeu R$ 1 milhão para produzir adesivos, cartões e informativos da campanha.
2 - A Moreira - Conceito em Comunicacao Eireli levou R$946 mil para produção de programas de rádio e TV.
3 - A Faber Publicidade Ltda recebeu R$ 495 mil também para a produção de programas do horário eleitoral.
Mais ou menos liberais
O julgamento sumário de João Amoêdo, que teve a filiação suspensa por abrir voto para o ex-presidente Lula, é reveladora de como o conceito de liberal e de liberdade é elástico.
O Novo, como instituição, jamais apoiaria Lula, mas punir um filiado por ter opinião é ser liberal? Ou vigora a mordaça?
Apoio à distância
Eleitor de São Paulo, o dono da Natura, Guilherme Leal, declarou apoio ao candidato Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e fez uma contribuição simbólica de R$ 5 mil para a campanha.
Leal disse que conhece Leite desde 2015, quando era prefeito de Pelotas, e elogiou a habilidade do ex-governador para o diálogo e a capacidade de executar políticas públicas transformadoras.