Uma postagem do suplente de vereador Pablo Melo, declarando voto em Jair Bolsonaro e Onyx Lorenzoni, do PL, abriu uma nova crise no MDB. Não por ser um dos tantos candidatos a deputado que não se elegeram — e que flertou com o bolsonarismo durante a campanha — mas por ser filho do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
Em seu perfil no Twitter (@pablomelopoa), Pablo Melo escreveu:
“É uma honra ter sido o candidato a deputado mais votado na capital entre todos os estaduais e federais do meu partido. Pena que não chegamos a Assembleia dessa vez. Seguimos em frente. Não é hora de titubear: é Onyx e Bolsonaro no segundo turno”.
Pablo tem 538 seguidores no Twitter e fez 12.467 votos no domingo (2).
O filho do prefeito fez dobradinha com o deputado federal Osmar Terra, que trabalhou pela eleição de Onyx e do presidente Jair Bolsonaro. Terra repassou R$ 90.730 de sua cota do fundo eleitoral para Pablo.
Pablo respostou o tuíte no Instagram. Nos comentários, o deputado reeleito Juvir Costella, mais votado do MDB, escreveu:
“Não seria mais justo e coerente, antes de tomar essa decisão, sair do MDB? Caso não saiba, Gabriel Souza (MDB) é o candidato a vice-governador de Eduardo Leite pelo nosso partido! Isso não seria como ter um GreNal e estar na torcida adversária? Me explique”.
A primeira-dama Valéria Leopoldino também deu seu pitaco falando no plural:
“Orgulho do homem que vc se tornou @pablomelopoa. Estamos/estaremos sempre juntos. Conte conosco que te amamos e admiramos. Bjs parabéns pela votação”.
À coluna, Valéria explicou que o comentário feito por ela na postagem de Pablo não tem relação com o apoio do enteado a Onyx e Bolsonaro no segundo turno. A primeira-dama diz que as suas palavras foram de "apoio e incentivo a um jovem batalhador a quem eu amo, respeito e admiro, um enteado que tenho imenso orgulho do homem que se tornou... independente de qualquer divergência que possa existir entre nós".
Questionado pela coluna se a posição do filho e da esposa era também a dele, o prefeito respondeu:
— Lá em casa respeito muito as posições da família. Nunca perguntei para a Valéria em quem ela vota ou deixa de votar. A mesma coisa vale para o Pablo. Ontem (segunda-feira) tivemos uma reunião da executiva e eu defendi lá que o MDB pudesse ou indicar voto no Bolsonaro ou liberar. Estou aguardando uma decisão partidária sobre esse tema. Em dois ou três dias o partido deve decidir sobre esse tema.
Na reunião da executiva não se tratou de apoio a Onyx, para quem o deputado Osmar Terra fez campanha no primeiro turno, porque é assunto vencido, segundo Melo:
— O que tratamos foi apenas da eleição federal. No Estado temos a coligação (com Leite). Por mais que eu não concorde, foi decisão partidária.