Nunca tivemos tantas mulheres eleitas deputadas estaduais como neste ano. São 11, ou um quinto das cadeiras. Ainda pouco se considerarmos que as mulheres representam mais da metade do eleitorado gaúcho, mas um avanço em relação a 2018. Se me dirijo às senhoras nesta manhã de domingo é porque pretendo ter aqui uma conversa de mulher para mulher e espero que os leitores acostumados com as amenidades deste espaço compreendam a urgência desta conversa.
A educação tem nome de mulher. As professoras e diretoras são maioria absoluta nas escolas do Rio Grande do Sul. Portanto, é natural que tomemos para nós a tarefa de cobrar do governador eleito providências para tirar a educação de qualidade dos discursos e levá-la à prática sob todos os pontos de vista. Que tal se na Assembleia a educação se tornar sinônimo de Luciana, Silvana, Kelly, Bruna, Patrícia, Nadine, Sofia, Stella, Laura, Eliana, Adriana?
Citei as senhoras pela ordem de votação, porque certamente cada um dos eleitores e eleitoras que digitou seu número tem uma expectativa. Algumas são professoras de origem, mas não é preciso ser da área para entender que não haverá futuro para o nosso Estado se o próximo governador não tiver foco na educação. O eleito em 30 de outubro terá de ir além dos diagnósticos simplistas. As senhoras (e seus colegas deputados) também.
Todos conhecemos as demandas legítimas dos professores, mas pouco sabemos sobre o que querem os pais e os alunos. Porque boa parte deles não sabe nem que tem direito a uma educação capaz de levar ao futuro. Contentam-se com a vaga e com a merenda escolar (mesmo quando é bolacha e um arremedo de suco) porque ignoram que têm os mesmos direitos das famílias de classe média que pagam escola particular. Elas também pagam, na forma de imposto, e merecem retorno.
Deputada Nadine, e aqui não lhe chamo de delegada porque seu papel agora transcende a área de segurança: assuma a bandeira da deputada Zilá Breitenbach, que não se elegeu. Como única mulher da bancada do candidato Eduardo Leite, seja a que não lhe dará trégua na cobrança, se ele for reeleito. Deputadas Silvana, Kelly, Patrícia, Eliana e Adriana, cobrem de seu candidato Onyx Lorenzoni, vencedor do primeiro turno, propostas concretas para esta área tão crucial. Deputadas Luciana, Bruna, Sofia, Stela e Laura, que não estão alinhadas a nenhum dos dois finalistas, exijam do vencedor um compromisso com a educação. Vocês têm procuração de milhares de eleitores e eleitoras para cobrar.