O impacto da liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibiu a chapa encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, de usar em material de campanha imagens captadas durante os eventos oficiais do 7 de Setembro em Brasília e no Rio de Janeiro tem médio impacto. Não é maior porque Bolsonaro já usou as imagens na propaganda eleitoral, mas não pode ser subestimado porque impede o presidente de apresentar aos eleitores peças planejadas para dar demonstração de força.
A argumentação do ministro e corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, é de que houve favorecimento eleitoral a Bolsonaro no uso de gravações feitas pela TV Brasil. Na defesa, os advogados do presidente não poderão dizer que a imagem do chefe de Estado é inseparável da do candidato.
Se usarem esse argumento estarão assinando embaixo das críticas feitas no 7 de Setembro, de que ele usou a estrutura pública para se promover. A TV Brasil transmitiu tudo, com ampla exposição da figura do presidente e de sua esposa, Michelle, que vem sendo usada na campanha para tentar reduzir a rejeição de Bolsonaro entre as mulheres.
Não é porque tirou a faixa presidencial depois dos desfiles que a manifestação passou de cívica a política. Bolsonaro rebateu as acusações de uso político do 7 de Setembro, mas usou as gravações na propaganda eleitoral.
A multa em caso de descumprimento da ordem para cessar a veiculação da propaganda é quase simbólica: R$ 10 mil. Esse valor é quase nada para quem já recebeu R$ 20 milhões, sendo metade do fundo partidário do PL e a outra metade em doações de pessoas físicas.
ALIÁS
Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro não usou recursos do fundo eleitoral, que é diferente do partidário, do qual recebeu R$ 10 milhões. O ex-presidente Lula recebeu R$ 85,9 milhões do fundo eleitoral e zero do partidário. Simone Tebet declarou R$ 33 milhões na soma dos dois fundos públicos.
Número acima do nome
Se somente 67% dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro responderam corretamente qual é o seu número na eleição deste ano, ele corre o risco de ter votos anulados por desinformação.
Se alguém votar no 17, número que foi de Bolsonaro em 2018, o voto será nulo. Não há candidato 17 neste ano porque o PSL, ex-partido de Bolsonaro, fundiu-se com o DEM e virou União Brasil (44), cuja candidata é Soraya Tronickle. Bolsonaro é 22.
Dos eleitores do ex-presidente Lula, que sempre concorreu com o 13, a pesquisa do Datafolha constatou que 81% acertaram o número, mas ainda é alto o percentual dos que não sabem.
Candidato romântico
Em visita a São Gabriel, no sábado, o candiadto Onyx Lorenzoni circulava pelo comércio do centro quando entrou em uma loja para cumprimentar os donos. De acordo com a descrição de um assessor, era um desses bazares em que se vende de tudo. Sua esposa, Denise, ficou esperando na calçada. Na saída, Onyx comprou uma rosa vermelha e surpreendeu Denise com o presente. Ao contínuo, deu um beijo de novela na mulher com quem está casado desde novembro de 2018.
Denise foi a principal responsável pela conversão do marido à igreja evangélica Sara Nossa Terra e pela inclusão da religião na propaganda eleitoral e na agenda de campanha.
No dia 3 de setembro, ela foi uma das organizadoras do encontro de mulheres cristãs, em Novo Hamburgo, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama, Michelle, de quem é próxima.