A expectativa dos torcedores do presidente Jair Bolsonaro de que as manifestações de 7 de Setembro provocassem uma virada nas pesquisas de intenção de voto não se confirmou no Datafolha divulgado na noite desta sexta-feira (9). É verdade que o ex-presidente Lula se manteve nos 45% do levantamento anterior e que Bolsonaro subiu de 32% para 34%. Dois pontos para mais ou para menos é a margem de erro da pesquisa.
Não há incoerência entre a mobilização que levou milhares de bolsonaristas às ruas e o resultado da pesquisa que apontou estabilidade. Por uma razão muito simples: no 7 de Setembro, Bolsonaro pregou para convertidos. Quem saiu às ruas vestido de verde e amarelo já estava com ele. Ou alguém imagina que havia um número significativo de eleitores dos outros candidatos ou mesmo indecisos nas manifestações do Dia da Independência?
Os indecisos, aliás, são cada vez menos entre os eleitores. De acordo com a pesquisa, apenas 3% não sabem em quem votar. Isso significa que para um candidato crescer terá de retirar votos dos adversários.
O que deve animar os bolsonaristas não é a comparação do presidente com ele mesmo no Datafolha, mas com o resultado de outra pesquisa, a do Ipec, divulgada em 5 de setembro, na qual ele tinha 31% e Lula, 44%.
A estabilidade se manteve no cenário de segundo turno: entre uma pesquisa e outra, Lula manteve os 53% e Bolsonaro passou de 38% para 39%. Resumo da ópera: pode não ter ocorrido nenhum movimento ou cada um deles estar dois pontos acima ou abaixo do índice aferido pelo Datafolha.
Os outros candidatos também não tiveram alterações significativas, exceto pelo empate, na margem de erro, entre Ciro Gomes (PDT) com 7% e Simone Tebet (MDB) com 5%.
A pesquisa encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S. Paulo ouviu 2.676 pessoas em 191 municípios brasileiros nos dias 8 e 9 de setembro.